A resposta do Pai Natal

Estou um pouco indignado com o Natal. Não de um modo geral com o Natal, mas com o Pai Natal em particular. Como habitualmente escrevi a minha carta, mas a resposta não foi a esperava, mais, a resposta foi uma vergonha, e por isso, como minha prenda de Natal aos leitores decidi simplesmente divulga-la, esperando que a resposta do velhinho chegue aos 4 cantos do mundo…

Caro Miguel,

Eu acho um pouco estranho que um adulto de 36 anos ainda acredite no Pai Natal. Espero que isso não seja apenas um desejo escondido de te sentares no colo de velhinhos de barbas.

Dizes que te portaste bem durante o ano… Eu classificaria adultério como um mau acto, quer dizer, o acto em si pode ser bom, mas isso não significa que “te portes bem”. Não está em causa o facto de teres sido brilhante ou não a fazê-lo, está sim na atitude. Por outro lado ficares com dinheiro que não é teu, ainda que aches que o mereças, não faz com que seja um bom acto.

Acho que devias actualizar-te mais quando escreves os teus pedidos de Natal. Quando dizes que queres o lugar do Steve Jobs estás a referir-te ao lugar actual? Queres acções do BES!? Tens a certeza? A certa altura ainda falas da vantagem de ter dupla nacionalidade… Tens a certeza que também queres ser Ucraniano? 

Acho muito bem que gostes de viajar, mas quando pedes uma viagem na Malasya Airlines ou um cruzeiro da Costa Cruzeiros estás a gozar certo? Ou queres mesmo tentar o destino?

Basicamente a tua carta de 5 páginas é uma mão cheia de nada, que sinceramente nem resposta merecia, e por isso tive alguma dificuldade em escolher um presente para ti no meio de todas as barbaridades que dizes. E por isso, e porque a certa altura dizes: “… porque eu não sou uma pessoa que só quer coisas para mim, gostava que oferecesses umas férias pagas a alguém que não esteja habituado a trabalhar muito.” – Decidi oferecer ao José Sócrates uma estadia em Évora.

Em resposta à tua pergunta, não. Se mudares o teu nome para Joaquim Costa e decidires fazer um jantar com 12 amigos, não lhe podes chamar a última ceia. Isso pressupõe que nunca mais irás comer, e logicamente eu não consigo fazer-te ressuscitar.

Em relação à segunda pergunta, o presépio é uma representação de um momento, logicamente que o “puto” cresceu e estou certo que a certa altura alguém lhe mudou a fralda e ninguém chegou a cheirar uma cagada com 2014 anos.

Do Pai Natal

À parte da resposta que recebi, e que logicamente me fez amuar em relação a este Natal, eu aproveito esta ocasião que vim aqui despejar meia dúzia de barbaridades para desejar a todos os leitores deste espaço um Feliz Natal e um óptimo 2015.