Road Rash – assalto no asfalto – Pedro Nascimento

A primeira vez que vi Road Rash ao vivo apaixonei-me. Foi de tal forma emocionante o modo como os motociclistas raspavam as suas cabeças pelo asfalto que me apaixonei. Que pena que esta franquia tenha sido descontinuada!

Desde 1991 a 2003 que a EA andou a inspirar jovens miúdos como eu, mas que não eu, a serem autênticos piratas da estrada. Com os motores das suas motorizadas a tornar as cilindradas esféricas, e as correntes a rosnarem canções de escárnio, Road Rash, o II, lançado em 92, fez-me sonhar, pela primeira vez, que a violência podia ser bonita.

A prova de que este jogo era apaixonante é que era difícil largá-lo. Tanto que, quando o vi pela primeira vez, na casa do meu primo, quando ele jogava com um amigo,… se tive de esperar pela minha oportunidade de experimentar! A situação da coisa era simples: somos um motoqueiro, equipado a rigor, e com uma moto imponente, que tem o objectivo máximo de vencer esta corrida. Nem que para isso tenha de derrubar os oponentes à bastonada. Corridas contra 7 ou corridas contra um. Ganhar, ou derrubar inimigos, dava igual prazer. Chegou-se a dar o caso do jogador que ia à frente decidir ficar à espera. Só para o adversário aparecer no retrovisor, voltar a pressionar o botão para acelerar, e acertar-lhe com outra pinhoada tão forte que doía tanto que até parecia que a pancada tinha sido dada na pessoa que estava a jogar e a perder pela pessoa que estava a ganhar. Uma espécie de humilhação suja. Gloriosamente rasca.

Lembro-me também de outra vez, em que estava na minha casa a jogar, com um amigo de pré-adolescência, a uma versão que tinha sido comercializada para a Playstation. Lembro-me tão bem de termos feito uma corrida com as opções de customização todas no máximo: a pista com a maior extensão; os guerreiros mais ferozes; os veículos mais barulhentos; o máximo número de voltas permitido; e o maior número de armas disponíveis. O desfecho foram dois tornados de alegria, doze tufões de raiva, e aí duzentas torturas de riso.

São jogos assim que eu considero bons filhos dos pais que os inventaram, belas mentes criativas.

 

O L2R2 X-Δ está aqui para vocês!


Crónica de Pedro Nascimento
L2R2 X-Δ