Roland Garros

Ora bem-vindos a mais um artigo da minha autoria. Sim, é verdade, agora para além de escrever sobre música, estou a aventurar-me a comentar sobre ténis. Não, não é sobre o calçado, é mesmo sobre o desporto. No que diz respeito à Moda deixo isso para a nossa cronista. Bom e pergunta o/a caro/a leitor/a “o que sabes tu sobre ténis?”. Eu respondo-lhe. Para além de ser espectador assíduo dos grandes torneios, os chamados Grand Slams, acompanho também as notícias e os desenvolvimentos da modalidade. Igualmente, já pratiquei ténis e, de vez em quando, ainda jogo amigavelmente. Mas, não é tudo, tenho familiares que praticaram durante anos este desporto. Razões suficientes, a meu ver, para escrever sobre este assunto.

E o que eu trago este mês é muito simples, vou abordar o próximo grande torneio de ténis. O Grand Slam francês. Estou a falar, é claro, do Roland Garros. O torneio celebra o seu 124º aniversário este ano e Rafael Nadal poderá chegar à dezena de títulos desta competição. No ano passado, o espanhol venceu o sérvio Novak Djokovic, por 3-6, 7-5, 6-2, 6-4, ganhando assim o seu 5º título consecutivo e o seu 9º no geral. Numa breve nota deixe-me dizer ao/à caro/a leitor/a que não irei abordar aqui o torneio feminino, dado que não costumo acompanhar. Mas digo já que me parece que Serena Williams parte em vantagem em relação a Sharapova. A primeira quer ganhar tudo, porém a segunda quer manter o título que conquistou o ano passado e desforrar-se da derrota em Melbourne.

Court Philippe Chatrier
Court Philippe Chatrier

Este torneio, também conhecido como French Open, de Roland Garros, tem este nome em homenagem ao pioneiro da aviação francês, que combateu na primeira Guerra Mundial. Os dois courts principais têm nomes de dois importantes tenistas franceses. O estádio/court principal, onde é jogada a final masculina, tem o nome de Philippe Chatrier desde 1988, em homenagem ao antigo presidente da Federação Francesa de Ténis. Já o segundo estádio/court chama-se Suzanne Lenglen, que foi uma tenista francesa de grande sucesso, basta para isso dizer que ganhou 241 títulos e conseguiu um incrível recorde de 181 partidas consecutivas ganhas. E venceu 6 vezes o torneio francês.

Court Suzanne Leglen
Court Suzanne Leglen

Vamos a mais um pouco de história. O Roland Garros iniciou-se ainda no século XIX, vivia-se o ano de 1891 quando se começou a realizar o torneio. Na altura era apenas aberto a tenistas que fossem membros de clubes franceses. Curiosamente, o primeiro vencedor deste torneio francês foi um britânico que residia em Paris. Era o primeiro sinal de que o torneio poderia vir a ser internacional. Em 1891, o torneio era conhecido como Championnat de France, ou seja, Campeonato Francês. E só em 1897 é que foi realizado o primeiro torneio feminino.

A regra de participação apenas para tenistas membros de clubes franceses durou até 1924, tendo o torneio sido disputado em 4 locais diferentes. Em 1925, o Campeonato Francês, como este torneio se chamou durante muito tempo, passou a ser aberto a todos os atletas internacionais amadores e ao mesmo tempo começou a ser um dos campeonatos mais importantes, chamados na altura de “Majors”.

Depois da vitória da equipa francesa na Taça Davis, uma espécie de Mundial da modalidade, no ano de 1927, França quis organizar esta competição no ano seguinte, num novo estádio. Foi então que nasceu o estádio Roland Garros.

O Piloto que dá nome ao torneio
O Piloto que dá nome ao torneio

Existem duas eras deste torneio. A era inicial, dos chamados Campeonatos Franceses dura até 1967, com interrupções nos anos das Guerras Mundiais. E a era do Open, que começou em 1968. Nesse ano o vencedor masculino foi o australiano Ken Rosewall, que venceu o compatriota Rod Laver. Curiosamente, no ano seguinte repetiu-se a final mas com um desfecho diferente: Rod Laver venceu Rosewall. Caso para dizer, a vingança serve-se fria.

Agora que o/a caro/a leitor/a já percebe mais um pouco da história do torneio de terra batida mais famoso do mundo, podemos seguir para outras vertentes. Para mim, este torneio é já tradição, comecei a vê-lo quando o brasileiro Gustavo Kuerten, também conhecido por Guga, ganhou o seu 3º título, em 2001. Lembro-me bem da felicidade que ostentava no seu rosto por ter ganho, já quanto ao jogo em si, não me lembro bem, aliás nem sei se cheguei a ver a partida, propriamente dita. Contudo, nos anos mais recentes tenho assistido ao torneio e torcido pelos meus favoritos.

Posso, desde já, adiantar que sou fã incondicional de Novak Djokovic, desde que ele venceu o Estoril Open em 2007. Contudo, gosto de ver bom ténis e também gosto de ver jogar Federer, Murray, Monfils, Nadal, Wawrinka e claro, os nossos tenistas, sobretudo João Sousa, que, recentemente, chegou à Final no torneio de Genebra, que infelizmente perdeu, mas já chegar à final é bastante positivo, não acha?

nadal garros
Rafael Nadal

Mas quanto ao torneio em si, considero que para quem gosta de ténis não pode deixar de ver este evento clássico. Claro que o Roland Garros não se pode comparar em tradição ao Wimbledon, que por ser um torneio britânico é mais sofisticado e tem imensas regras que o Roland Garros não tem, desde logo no que toca à indumentária (em Wimbledon, os tenistas só podem usar roupa branca). Mas, de regresso a França, este ano mantém-se a dúvida se Nadal irá continuar a conseguir levar a melhor em terra batida ou se será destronado por algum dos outros favoritos.

Novak Djokovic
Novak Djokovic

Vejamos, o actual número um no Raking da Association of Tennis Professionals (ATP), Novak Djokovic, ganhou em Monte Carlo, na mesma superfície do torneio francês e poderá conseguir ganhar os primeiros dois Grand Slam da temporada, algo que não acontece desde 1992, com Jim Courier.

Mas pode também ser Roger Federer, a conquistar um troféu que lhe escapa desde 2009. O suíço que vai para o 62º Grand Slam seguido, quer demonstrar que consegue melhor. E o que dizer de Andy Murray? Afinal o escocês venceu o Masters de Madrid, que é disputado em terra batida e ainda por cima contra Nadal, que jogava em casa.

Roger Federer
Roger Federer

Antes de me “ir embora” deixo aqui umas pequenas curiosidades. Federer e Agassi conseguiram o seu primeiro título de Roland Garros na sua 11ª presença no torneio. Sabe quem faz este ano a sua 11ª presença este ano? O sérvio, Novak Djokovic, será que vamos assistir à sua primeira vitória em Roland Garros? Por fim, sabia que este torneio recompensa de forma igual os atletas masculinos e femininos desde 2007? É verdade, o prize Money de 1,250,000 euros, valor do prémio desde 2012, é dado de forma igual ao vencedor da competição masculina e ao da feminina. É caso para dizer, assim é que é!

É tudo por este mês. Espero que tenham gostado.

Até para o mês que vem.
Boas jogadas!