Rússia ao ataque: causas e consequências

À medida que a tensão decorrente da crise na Ucrânia eleva a níveis insuportáveis o ambiente no mundo da diplomacia, os EUA anunciam a libertação de 5 milhões de barris de petróleo das suas próprias reservas. Esta medida serve de teste a um possível corte na importação de crude russo, que costuma ser mais caro que petróleo doutras proveniências, pois é mais difícil de extrair.

A Rússia está em declínio económico, e uma “corrida ao armamento” pode ser uma estratégia russa para a retoma do seu crescimento económico. Ou como se dizia na ex-URSS, “economia de guerra”, assente em produção de pão e armas. Até porque os media conotados com o poder no Kremlin estão a passar a ideia de que a mudança de regime na Ucrânia se faz a par da repressão do novo poder de Kiev à minoria russófona, que representa a maioria da população na República Autónoma da Crimeia, situada dentro do território da Ucrânia.

Perante este cenário, em que nem seriam necessários referendos, a Rússia conta com o soft power chinês. Ou seja, com um silêncio conivente, por parte de um regime autoritário, que se tem tornado ensurdecedor.

O silêncio virtuoso, à boa maneira de Confúcio, aconselha a prudência chinesa.

A China e a Rússia estão a um passo de se juntarem a Brasil e Índia, países que “abandonaram o comboio” do crescimento económico. E os investidores do mundo ocidental viram-se para Nigéria, Etiópia, Filipinas e Indonésia.

Crónica de Nuno Araújo
Da Ocidental Praia Lusitana