Uma saga docinha – Maria João Costa

É uma verdadeira saga que intimida qualquer Farmville ou Angry Birds, não há animal que faça frente a tanto doce.

Não, ainda não me rendi, mas confesso que começo a ficar com vontade de provar. O meu feed do facebook dá-me mais do que uma receita por dia; vejo todos repetirem a dose como se fosse rápido de fazer, como se tivessem todos uma Bimby de Candy Crush Saga em casa, enquanto «comem» um nível, já estão a preparar outro.

Para quem joga, deve de ser frustrante sentirem que estão «quase, quase lá», e perdem tudo; deve de doer a alma quando há alguém inteligente que acha que percebe do assunto, e vai lá com o dedo juntar as peças erradas; mas a dor não é menor para quem os vê jogar.

Eu entendo, aquilo parece ter o mesmo efeito da Bimby, vicia, quem tem não quer outra coisa. Imagino que quem experimenta adota uma nova postura na vida, e passa a viver dependente da expressão «Só mais esta (jogada)», usam-na em todas as ocasiões da vida. Com os amigos no café, enquanto eles desligam o Wireless para conseguirem socializar, lá está o outro no meio dos doces; em jantares de família, escusado será dizer que só o chamam para a sobremesa; com a namorada …bom, com a namorada há que fazer opções: ou faz de conta que tem um doce, ou tem efetivamente um doce só para ele.

Sim, deve ser uma ótima companhia nas viagens de três horas no autocarro, e na espera das consultas para o dentista; sim, só deve ser consumido a sós, já que é daquele tipo de doces que não pode ser partilhado.

Crónica de Maria João Costa
Oh não, já é segunda feira outra vez!