Sai daqui aranha! – Gil Oliveira

Aii que grande brasa… Atenção, estou a referir-me ao tempo e não a si, amigo leitor. Não é que o leitor não seja uma brasa, provavelmente até o é. Sim, porque se é uma das poucas pessoas que lê as minhas crónicas do +oPinião, certamente é um ser humano bem jeitoso! Mas confesso que essa parte não é a mim que compete avaliar…

E pronto, agora criou-se aqui um momento um tanto ou quanto… Embaraçoso! Acho que o melhor é esquecermos este primeiro parágrafo e irmos directamente ao assunto importante que vos trago hoje: Aranhas que vivem nos espelhos retrovisores!

Quem é que não tem, ou teve, uma aranha a viver no espelho do carro? Quem nunca sofreu deste flagelo dos dias de hoje que atire a primeira pedra! Ahh pois é, ninguém… – AUTCHHH, porra que me aleijaram. Eu estava a falar no sentido figurado, pá… “Fonix”, não percebem nada e põem-se logo a atirar pedras… Isso aleija, sabia? – Pronto vou reformular. Quase todos nós já tivemos um aracnídeo a viver no espelho do carro sem nos pedir autorização. Não sei que fixação é que o raio dos bichos têm por aquele sítio. Há tantas partes mais interessantes e confortáveis para se viver num carro, porque raio é que elas optam pela parte de trás do espelho? Se fosse a parte da frente, eu ainda percebia, era uma questão de narcisismo – para se estarem a ver a toda a hora ou algo assim… – Mas atrás? O que há lá atrás? Será que entre o espelho e a capa do espelho existe algum género de condomínio de luxo, criado especialmente para aranhas? Provavelmente até existe e é por isso que quando necessitamos de comprar um retrovisor nos cobram balúrdios. Afinal de contas não estamos só a comprar um espelho e um bocado de plástico, estamos a comprar um T4 ou um T5 para uma família de aranhas habitar…

Mas sejamos realistas, por muito bons que sejam os aposentos de uma aranha no interior do retrovisor do meu carro, não seria melhor para ela fixar acampamento junto ao motor (que é um sítio para onde quase nunca olho) ou então por debaixo do meu banco (para onde olho ainda menos vezes)? Será que ela não sabe que ali vai ser apanhada?! É porque eu, quando chego ao meu carro e vejo uma teia, a primeira coisa que faço é agarrar num daqueles papéis que insistem em colocar-me no vidro – e que nunca leio… Seja o que for, não leio. Nem que sejam multas… Se têm alguma coisa para me dar, façam o favor de mas dar em mãos, não as espetem no pára-brisas, ok?  – e com esse papel destruo a teia!

Sim, é certo que o raio do bicho continua a viver lá e, muito provavelmente, no dia seguinte terei uma nova teia e terei a mesma trabalheira novamente. Mas um dia terei de lavar o carro… E quando esse dia chegar (quando será não sei mas acabará por chegar) eu saberei que ela lá está e acabarei por dar cabo dela. Irei agarrar naquele jacto de pressão e atirar-lhe tanta água, mas tanta água e com toda a força, que ela será arrancada do seu «sofazinho» ou da sua «caminha» de teia e cairá redonda no chão da lavagem automática, onde eu, sem dó nem piedade, acabarei por lhe dar com um novo jacto de água desferindo-lhe o golpe fatal!! HUAHAHAHAH HUAHAHAH. (Tentativa forçada de riso sinistro)

Peço desculpa, entusiasmei-me… É só porque já ando há imenso tempo a tentar ver-me livre de uma aranha, que vive no espelho do meu carro e não consigo. Por isso decidi vir aqui libertar a minha frustração. Mas prometo que não irei fazer tal coisa ao pobre bicho. (Ou será que irei?) HUAHAHAHA HUAHAHAHA.

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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