Saiba o que mudou no mundo desde o dia em que nasceu

Todos os dias a nossa mente é invalidade por mil e uma perguntas. Mas se umas são de fácil resposta, outras são uma verdadeira missão impossível. E se eu lhe disser que tenho algumas dessas respostas aparentemente impossíveis? Não, não sou a Maya, tenho é a ajuda de um site precioso patrocinado pela estação britânica BBC. De forma simples e rápida pode ficar a saber quantas vezes bateu o nosso coração, quantos eclipses solares ocorreram ou mesmo quanto cresceu a população mundial desde o dia em que nascemos. E tudo isto apenas com uma data de nascimento, o sexo e a altura. Esta crónica baseia-se no meu próprio exemplo e nos meus dados pessoais. Ficou curioso? Seja muito bem-vindo ao “Desnecessariamente Complicado” desta semana.

Antes de irmos aos dados concretos é importante explicar como nasceu este projecto tão interessante e curioso. A ideia partiu do editor da BBC Earth Matt Walker, que queria disponibilizar aos utilizadores do site as informações que foram recolhidas pela secção de ambiente e os dados reunidos por várias organizações internacionais. O site em si foi criado em três meses, por uma equipa de 12 pessoas, entre investigadores e editores. E segundo Duncan Swain (da Information is Beautiful responsável pela criação da página em parceria com a BBC): “o mais complicado no projecto foi conseguir indicar dados complexos de uma forma simples. Não queríamos banalizar as coisas, ou podiam acabar por sair erradas, por isso ficámos no limbo entre tornar os dados fáceis de entender e serem precisos”. Outro desafio foi pesquisar dados históricos: “foi bastante difícil controlar algumas coisas e correlacioná-las com dados de hoje, garantindo que todos os cálculos e algoritmos estavam correctos”.

E agora que finalmente percebemos a complexidade da criação desta página vamos aos dados concretos. Já que vou partilhar convosco os meus resultados é justo que também partilhe os meus dados. Data de Nascimento: 10/07/1990. Género: Masculino (pela via das dúvidas partilhei esta informação, não vá algum dos estimados leitores ter ficado indeciso). Altura: 178 cm.

E começamos logo com um dado inacreditável e que nos deixa de boca aberta: desde que nasci o meu coração bateu 907 milhões de vezes enquanto que, por comparação, o coração de uma baleia azul bateu “apenas” 77 milhões de vezes. Mas tudo se torna ainda mais impressionante com o próximo dado: em toda a sua vida o coração de um beija-flor bateu 16 biliões de vezes. É impossível ler um dado destes sem logo de seguida colocar a mão no peito e pensar: “será bom ou mau o facto de o meu coração bater tantas vezes?”. A resposta também não sei, mas sabe o que lhe digo? O que interessa é que ele esteja a bater, o resto é secundário!

Imagine que era possível viver em qualquer outro planeta do sistema solar. Se pensar neste assunto uma das questões que vai assaltar a sua mente é: “que idade teria eu nesse planeta?”. Pois para sua sorte este site responde-lhe com precisão. Ora no planeta Terra tenho 24 anos, mas se tivesse nascido em Mercúrio tinha uns fantásticos 99 anos (sendo que faltariam apenas dezasseis dias para chegar aos três dígitos). Por sua vez em Vénus teria 39 anos, faltando assim cento e dezanove dias para entrar nos “entas”. Em Marte não passaria de um pré-adolescente com 12 anos (estando a sessenta e dois dias de alcançar novamente o meu aniversário). Em Júpiter ainda não falaria ou não tivesse eu apenas 2 aninhos, e assim ficaria por muito tempo (ou não faltassem ainda mais de quatro mil e cem dias para chegar aos três anos de vida). Em Saturno ainda não teria sequer completado um ano de vida (e estaria a quase dois mil dias de lá chegar). Em Urano e Neptuno teria a mesma idade: apenas meses de vida. A única diferença é o tempo que demoraria a alcançar essa efeméride: mais de vinte e um mil dias no caso do primeiro e mais de cinquenta e um mil dias no caso do segundo. Coisa pouca, portanto. Nunca mais se vai queixar da sua idade e do quão depressa passa um ano, pois não? Bem me parecia.

Falemos agora de gerações. Do alto das minhas quase duas décadas e meia não só não tenho filhos como é bem capaz que isso demore ainda algum tempo a acontecer. Mas exactamente nos mesmos anos (repito: vinte e quatro) uma mosca já teria 13,497 gerações. Um ratinho teria 161 descendentes e um coelho uns não menos impressionantes quarenta e um. Por fim, mas não menos importante, um pinguim teria 4 gerações e uma baleia assassina apenas uma geração.

Podemos também saber que espécies foram descobertas neste período de tempo (por exemplo a Iguana-de-Crista-de-Fiji foi descoberta tinha eu onze anos) ou ainda quantas erupções vulcânicas, ou terramotos, de grande dimensão aconteceram (115 e 342 respectivamente, para os mais curiosos).

Outros dados bastante curiosos podem ser encontrados nesta página. Como por exemplo: terem decorrido 53 eclipses solares e 117 “superluas”; a população mundial ter aumentado em 1,922,976,900 pessoas (estando este número naturalmente a aumentar a cada milésimo de segundo que passa) e a esperança média de vida em 5.3 anos ou ainda o nível do mar ter subido sete centímetros e a previsão é de que em 2100 tenha subido, uns inacreditáveis, 107 centímetros (no mínimo dá que pensar…).

Como devem imaginar a página contém muitos outros dados que podem analisar com calma no conforto do vosso lar (ou, quem sabe, da agitação do vosso emprego) mas que não integram esta crónica. Mas o que importa ressalvar é, por um lado, a perfeição e a rapidez de resposta do site e, por outro, o quão alarmantes são a maioria dos dados. É absolutamente inegável que nós, seres humanos, estamos a afectar cada vez mais o meio ambiente e as espécies que nos rodeiam. Poucos textos, ou imagens, o farão pensar tanto neste tema como este site.

Fica o conselho para se deslocarem até este brilhante site (disponível aqui: http://www.bbc.com/earth/story/20141016-your-life-on-earth), introduzirem os vossos dados pessoais (ou os dados do vosso filho, primo, tio, etc) e deixarem-se espantar com a sua espectacularidade. Para finalizar destaque para o facto de ser possível partilhar cada uma destas informações com os nossos amigos e/ou seguidores através das redes sociais. É caso para dizer: eles pensaram mesmo em tudo!

Visitem e partilhem, mas acima de tudo preocupem-se com o meio ambiente. Se todos fizermos a nossa parte conseguimos poupá-lo a um grande esforço e, ao mesmo tempo, asseguramos o futuro para os nossos filhos e netos.

Boa semana.
Boas leituras.