Saúd€, poupança e segurança

Vivendo num constante clima de crise, associa-se frequentemente a ideia e a necessidade de poupança. Poupar é algo que se pode praticar em diversos contextos do dia-a-dia: nas limpezas (podemos eventualmente tratar nós do assunto); no supermercado (podemos, por exemplo, optar por alguns produtos de marca branca e aproveitar algumas promoções vantajosas); e, até na saúde, há certas atitudes que nos ajudam a poupar. Como “com a saúde não se brinca”, vou expor-lhe 6 áreas onde pode poupar

em segurança. Como poderá constatar, para se poupar em saúde, começa-se por aplicar o velho ditado “Mais vale prevenir do que remediar”.

Então:

1. Faça uma alimentação saudável

Muitas doenças são causadas por desequilíbrios alimentares: açúcar em excesso (diabetes), gorduras em excesso (colesterol, triglicerídeos, que contribuem para ataques cardíacos (enfartes), tromboses,…), sal em excesso (que origina hipertensão arterial).
Fazendo uma alimentação saudável consegue poupar duplamente: evita a toma de medicação (evitando assim outra despesa mensal) e evita encargos associados a incapacidades que possam surgir das doenças (o enfarte e os AVC’s são a principal causa de morte e de incapacidade para trabalhar na população adulta em Portugal).

E se pensa que para fazer uma alimentação saudável tem que dispender muito dinheiro, desengane-se! Apesar de continuar a existir uma relação directa entre “crise” e o aumento dos casos de obesidade, também na alimentação se pode poupar sem prejudicar a saúde!

Baseado nos princípios Planear, Comprar, Confecionar e Conservar, a Direcção Geral de Saúde elaborou um manual – muito completo, aconselho vivamente! – que o poderá orientar para uma alimentação simultaneamente económica e saudável chamado “Alimentação Inteligente – Coma melhor, poupe mais”” (http://www.dgs.pt/em-destaque/o-livro-alimentacao-inteligente-coma-melhor-poupe-mais-foi-o-vencedor-do-premio-nutrition-awards-2013-.aspx).

Caso esteja com preguiça para ler, resumo-lhe algumas dicas:

Planeie: planeando as refeições semanais, ser-lhe-à mais fácil elaborar a lisa de compras e evitar comprar coisas que não necessita; aproveite as promoções dos supermercados (de acordo com as suas necessidades, mas sem “empatar” dinheiro). Invista na marmita e prepare com antecedência algumas refeições para a semana, assim evitará recorrer a cafés e restaurantes (não gasta tanto e sabe exactamente o que está a comer).

Na hora de comprar:

Acima de tudo, terá que prestar bastante atenção aos preços (inclusive nas promoções), fazendo sempre a comparação ao preço/quilo ou o preço unitário; evite comprar produtos embalados e já prontos (legumes já lavados, frango já partido, …); Aposte, em alguns casos de legumes e peixe, na versão congelada; prefira os produtos da época e produtos frescos em vez dos processados; experimente os produtos de marca branca.

Na cozinha:

  • Não desperdice: pode sempre reinventar pratos com as sobras (“Comer bem é mais barato” da Associação Portuguesa de Nutricionistas, inclui conselhos práticos para aproveitamento de sobras – pode consultar aqui: http://www.apn.org.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/doc343.pdf)
  • Faça do congelador o seu aliado: pode cozinhar em maiores quantidades, congelando para refeições posteriores (assim também poupa na conta da luz ou gás)
  • Aproveite a água da cozedura dos legumes e carnes para enriquecer as sopas, arroz, etc
  • Invista nos “pratos de uma só panela” como estufados, caldeiradas, jardineiras, cataplanas, ensopados, utilizando o azeite como gordura.
  • Aposte no uso de especiarias e evite os caldos culinários e molhos de compra.

2- Faça exercício

A par da alimentação, também o exercício físico ajuda na manutenção da saúde e na prevenção de doenças: contribui para a diminuição de peso, diminuição dos níveis sanguíneos de açúcar e colesterol, para fortalecer ossos e músculos, para o bem-estar psicológico, etc.

Não é obrigatório que se inscreva num ginásio! Pode:

  • Fazer exercícios em casa (há alguns planos de treino que podem ser seguidos na televisão, em DVD (como os dos treinadores do The biggest Loser)
  • Fazer caminhadas de 30 minutos por dia, sete dias por semana; ou 30 minutos de exercício que consistem em 5 minutos de caminhada intercalados com 1 minuto de corrida;
  • dispensar 10 minutos para subir e descer escadas (séries de um minuto intercaladas com 30 segundo de descanso).
  • Frequentar aulas avulsas de Zumba, por exemplo (que estão muito na moda).

Caso opte por um acompanhamento profissional, pode escolher um ginásio low-cost (aqueles em que não há piscina, sauna, banho turco, e por isso têm mensalidade mais baixa pois não têm muitos custos de manutenção).

3. Faça consultas de check-up

Quanto mais cedo se detectar os problemas, melhores são as hipóteses de tratamento e menos dispendiosa poderá ser a fatura do mesmo. Assim, há certas consultas que são indispensáveis e que, ao realizá-las por rotina, acabará por poupar.

Um grande exemplo são as consultas dentárias: com consultas bi-anuais, fazendo a higienização/destartarização, diminuirá a probabilidade de desenvolver cáries e outras doenças orais cujo tratamento é dispendioso. Poderá ainda recorrer a consultas nas faculdades de medicina dentária, cujos preços são mais acessíveis.

Deverá também, uma vez por ano, realizar análises de rotina, avaliando os níveis de colesterol e triglicerideos, glicemia (diabetes), análises ao funcionamento do rim e fígado, bem como outras que o seu médico considere importantes (por exemplo, à tiroide, à próstata (sendo homem e tendo mais de 50 anos), às fezes, entre outras).

Pode também realizar outros rastreios regularmente, como os cardiovasculares (que incluem, pelo menos, avaliação da tensão arterial e Indice de Massa Corporal) e rastreios auditivos que se encontram várias vezes em espaços como as superfícies comerciais.
Para além das consultas com profissionais, faça também regularmente as técnicas de auto-exame como à mama (uma vez por mês, após a menstruação e durante o banho) e à pele, especialmente se tiver sinais (procure alterações no tamanho, cor, textura, simetria e nos bordos. Caso note alterações ,procure um médico).

4. Poupe na medicação

Peça ao seu médico para que, sempre que seja possível, lhe receite medicamentos genéricos, pois têm a mesma qualidade e segurança e são mais baratos (20 a 35%).

Note que deixar de tomar a medicação conforme o médico prescreveu ou reduzir o número de tomas não é solução. Tenha também cuidado com a automedicação: tomar um medicamento de um conhecido só porque tem sintomas semelhantes apenas fará com que o médico adie o diagnóstico e o problema agrave.

5. Renegocie o seu seguro de saúde

Se tem um seguro, reveja se necessita realmente de todas as coberturas do mesmo. Pode também aproveitar os pacotes familiares, tornando assim a despesa mais barata.

6. Deixe comportamentos de risco

Para além da alimentação saudável e da prática de exercício físico, poupará muito a sua saúde e a sua carteira se deixar de fumar. Faça as contas a quanto gasta por mês e por semana com este vicio que não lhe traz beneficio nenhum.
Além do mais, no que toca a seguros de saúde, comportamentos de risco como beber regularmente, fumar, ter excesso de peso ou ter uma vida sedentária são factores que agravam o prémio para o segurado.