Se eu não me chamasse assim… até podia ter sido pior! – Teresa Isabel Silva

Não entendo porque motivos os pais além de escolherem os nomes, tomam decisões como furar as orelhas aos filhos.
Quer dizer, visto bem, já não basta o mau gosto de muitos pais para a escolha do nome, decidem logo furar as orelhas á pobre criança que desde pequena se vê “obrigada” a usar brincos.

Se perguntássemos a muitos jovens, uma parte deles vai se queixar do nome que tem. Além disso depois existem os estereótipos que se criam, e aquelas frases feitas que envergonham qualquer um. Depois do “Vanessa vamos nessa” ou então do “João Bitór”, eis que o mais vergonhoso é aquela frase do Quim Barreiros que deu um nome a uma música, o famoso e vergonhoso “chupa Teresa”.

Dito isto já conseguem imaginar como foi a minha adolescência! Quer dizer as pessoas tentam ter piada enquanto eu procurava constantemente um buraco para me enfiar. Pois além da piada existem sempre aquelas piadas maldosas associadas que nos metem em problemas quando temos a língua a comprida e respondemos á letra.

Até gosto do meu nome! Teresa, é um nome bonito e sonante, até mesmo delicado e feminino. Sendo assim, porque raio é que o Senhor Quim Barreiros, decidiu atribuir-me um verbo tão brutal na sua metáfora do gelado de framboesa.
Mas a verdade seja dita, se esta música nunca tivesse existido eu nunca teria sofrido com piadas de mau gosto. Em vez disso concordo que existem nomes que envergonham qualquer um. Aliás conheço uma série de nomes que em desde o primeiro ao sobrenome são de tal maneira ridículos, que se eu tivesse uma nome deles não saia de casa e se tivesse que ir às urgências dava um nome falso só para não morrer de vergonha.

Tal como a escolha dos nomes, o facto de furar as orelhas tem uma forte influência nas crianças. Começam sempre com os brincos de ouro, todos iguais. Mais uma coisa que deve estar nos genes maternos e paternos. Quase todas as crianças usam argolinhas de ouro. Será que é para a tornarem igual aos seus demais, de modo a que ela passe despercebida na sociedade?!

Eis um drama do mundo em que vivemos, algumas tradições como dar o nome dos padrinhos, ou furar as orelhas até tem vindo a ver contornadas, mas e o nome?! Uma coisa tão nossa, algo que nos vai seguir para sempre, tem que ser escolhido por outras pessoas que nem sabem se vamos ou não gostar da escolha deles.
Aqui fica a sugestão, que tal dar um nome provisório e comprar brincos de molas?! Assim quando forem capazes de decidir as crianças/adultos já podem fazer algo que gostem e não que tenha sido imposto!

 

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas