Senhoria McPhee – Maria João Costa

Sim, ficamos com medo delas. Fazemos de conta que não estamos em casa e quando a máquina de lavar deixa de funcionar, ou o chuveiro se lembra de desmontar, nós arranjamos maneira de encontrar uma solução que não exige o penoso telefonema, ou pior, a penosa presença da senhoria em casa.

Comprar casa não é opção para a maioria das pessoas, para a maioria dos jovens, que pulam de cidade em cidade, país em país, a estudar ou a trabalhar. Nada é permanente, e uma casa também não o é. Há que ser prático, e procurar na internet um quarto barato, com cama e  janela, de preferência. Já se sabe que não é por muito tempo, por isso não precisa de muito mais do que aquilo que é mesmo necessário. A decoração, isso é outra coisa que ocupa demasiado espaço na mala, e está na moda ser minimalista.

Quando os amigos dão uma ajuda, melhora ainda. A casa é perfeita, bem localizada e com um preço que agrada a conta bancária. Mas como nem tudo é o conto de fadas, há sempre um senão, e esse senão pode ser a senhoria, que acabou de sair do filme Nanny McPhee, com a pequena de diferença de não ser “boazinha” no final.

As regras de restrição ao que se pode fazer, e levar para a casa não são poucas, mas enquanto ela não aparece, vamos dizendo que sim, mas vamos fazendo tudo ao contrário. Somos discretas, e não deixamos vestígios, e somos felizes. Estamos a ponderar trazer para cá um novo membro de quatro patas e muito peludo, não sei se ela vai gostar, mas pode ser que o coração se derreta e a magia aconteça!

Crónica de Maria João Costa
Oh não, já é segunda feira outra vez!