Pluralidades – SICASAL – um exemplo de empreendedorismo

                Numa altura onde imperam notícias sempre tão desastrosas, não há nada como enaltecer um caso de sucesso. Ou melhor, um caso que evidencia que com união, força e trabalho, os obstáculos podem ser suprimidos. Eu próprio já me dei conta várias vezes a pensar que, se fosse editor de um jornal, seria bem capaz de criar uma publicação onde só constassem notícias positivas e casos de sucesso (porque, apesar de tudo, ainda se veêm por aí).

                Em Novembro de 2011, um incêndio deflagrou na fábrica SICASAL, em Vila Franca do Rosário, Mafra, devido a um curto-circuito. Alguns sectores foram amplamente afectados, sobretudo a zona do desmanche dos animais e do embalamento de frescos. Como a empresa é responsável de todos os processos que vão desde o matadouro ao produto final, estavam em cheque muitas funções e trabalhadores que dependiam assim directamente do restauro da fábrica. João Lima, Presidente da Junta e também funcionário, admitiu à altura a hipótese de a fábrica não voltar a laboral, comprometendo o emprego de 650 pessoas, a grande maioria da região de Mafra.

                Contudo, graças ao esforço de todos os funcionários que noite e dia, unidos na ajuda, lutaram na reconstrução e recuperação dos postos de trabalho, a SICASAL retomou a produção em tempo recorde, continuando o abastecimento de 500 toneladas de produtos processados por semana. Por conta disso, Álvaro Santos Silva, Presidente da SICASAL, foi homenageado por todos os seus trabalhadores, que não quiseram deixar em branco o facto de nenhum posto de trabalho ter sido perdido, nem despedimentos terem sido decretados.

                Mais: na área destruída, existe agora um projecto de reedificação da instalação modernizada de carnes frescas, que produzirá o dobro da anterior. Alguns males vêm por bem. E é positivo ver a mentalidade japonese aqui expressa: salve-se a empresa, pois dela depende o nosso trabalho, a nossa vida e bem-estar, nem que para isso tenhamos que trabalhar com menores condições ou, em alguns casos, dormir nas instalações para potenciar recursos. É de exemplos como este que o País precisa. E da próxima vez que for ao mercado comprar salsichas ou fiambre, vou certamente lembrar-me de consumir uma marca portuguesa de confiança!

Crónica de Joaquim Ferreira
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