Sim, são opções mas…

O equilíbrio é importante na vida. Na maioria das áreas é fundamental manter o mesmo para que possamos estar bem connosco próprios e com aqueles que nos rodeiam. Esta é uma verdade quase universal, por isso mesmo, em termos daquilo que é a nossa imagem exterior não podemos nunca, jamais, dizer que a “embalagem” não conta, do mesmo modo, não podemos dizer que é tudo.

A noção de equilíbrio na imagem exterior de alguém consegue-se quando o indivíduo não é julgado só pela imagem mas, por outro lado, tem a capacidade de compreender que vive em sociedade, logo deverá ter consciência da responsabilidade que implica cultivar uma forma de apresentação diferente do status quo.

No fundo, viver em sociedade é isso mesmo. É aceitar a existência de normas básicas de convivência, logo de apresentação. Viver em sociedade é também tolerar e aceitar quem quer optar por uma forma alternativa de imagem (Punks, Hippies, Rastamans, indivíduos com partes visíveis do corpo tatuadas, etc.). Aceitar ao contrário do que muitos pensam, não implica colocar num patamar de igualdade uma pessoa que opta por uma imagem diferente e uma pessoa dita “normal” quando ambas vão, por exemplo, a uma entrevista de emprego. Porquê? Claro está, a imagem e a apresentação de cada um representam um papel fulcral na vivência em sociedade. Parece-me pois perfeitamente natural e aceitável que uma empresa de aviação opte por contratar hospedeiras do ar sem tatuagens, sem rastas, sem cabelos pintados de azul, sem argolas no meio do nariz, etc.

Viver em sociedade é importante como anteriormente referi. Para viver na dita sociedade é necessário compreender o corpus social ocidental. Por isso mesmo, a mudança para uma imagem alternativa deve ser precedida de uma auto-consciencialização de todos os prós e contras que daí advêm. Podemos portanto concluir que é de todo legítimo um empregador contratar um indivíduo com uma imagem socialmente aceitável em detrimento de outro que optou por uma imagem alternativa e fora do corpus social, isto independentemente da  capacidade ou competência de cada um.

Reparemos que não se trata de descriminação, até porque aqueles que optam por uma imagem diferente estão, de certo modo, a promover essa mesma descriminação social, provocando um corte com o instituído. Nada contra quem o faz, não me incomoda nada ver alguém com um cabelo de meio metro ou com uma tatuagem da ponta dos dedos aos ombros. Aceito perfeitamente essa opção, não posso porém aceitar que esses indivíduos fiquem revoltados por não terem, por exemplo, as mesmas oportunidades profissionais que outros, que não possam frequentar locais que as pessoas com imagem normal frequentam ou que sejam frequentemente alvo de olhares menos abonatórios.

Cada acto deve ser ponderado. A imagem não é tudo mas é muitíssimo importante, ao contrário do que alguns idílicos nos querem fazer crer.