Spotify: Que Problemas? + Vencedores Grammy

E lá passou mais um mês, não é verdade? E o que trago eu este mês pergunta o(a) caro(a) leitor(a)? Pois bem, neste mês de Fevereiro resolvi abordar um tema que me suscita interesse há algum tempo: o caso do Spotify que chegou ao nosso país em 2013.

Spotify Headphones

Para quem não sabe o que é, eu passo a explicar. O Spotify é um serviço de streaming de música que pode, ou não, ter um custo associado (depende do serviço que queira, o mais usual é o gratuito, mas tem também o premium que permite retirar os anúncios e fazer o download das músicas para ouvir offline) que permite ouvir diversas músicas de vários álbuns de alguns artistas e revertendo um determinado valor para o artista por cada reprodução feita das suas músicas. Streaming é uma forma de distribuição de multimédia (sobretudo) em rede, digamos que é uma biblioteca de música (no caso concreto do Spotify) disponível em qualquer lado e a qualquer hora.

patrick carney                                                                            Patrick Carney dos Black Keys

Parece tudo muito bonito, não é verdade? Pois é, contudo existem alguns músicos que não estão contentes com este serviço e esta “recompensa”. Alguns artistas nunca se associaram ao Spotify, como é o caso dos AC/DC. A banda australiana não tem nenhuma música de nenhum álbum acessível neste serviço, criado na Suécia em 2006. Mas a banda australiana não é a única a não ter as suas músicas no serviço sueco de streaming de música. Os americanos Black Keys e Taylor Swift também não têm as suas músicas disponíveis. E foi com Taylor Swift que o Spotify voltou a gerar “burburinho”. O serviço de streaming de música sueco tem sido acusado de não compensar os artistas de forma justa, dado que o que retribui aos mesmos é muito pouco, considerando o número de vezes que as suas músicas são reproduzidas. O Spotify engloba músicas de várias editoras, incluindo as mais poderosas como a Sony, EMI, Warner Music Group e Universal. São alguns dos artistas afiliados a estas editoras discográficas que se têm vindo a queixar, contudo, as editoras mais pequenas e as independentes também têm motivos para reclamar dos valores que recebem do Spotify.

Em 2009, um músico sueco chamado Magnus Uggla retirou a sua música do serviço sueco por, após seis meses, ter recebido aquilo que um músico de rua medíocre receberia num dia. Uma editora norueguesa afirmou que, no ano de 2009, recebeu apenas cerca de 3 dólares (cerca de 2,65 euros) depois de a sua música ter sido reproduzida mais de 55 mil vezes. Em Março de 2012, o baterista dos Black Keys afirmou que o Spotify não era justo com os artistas e que os serviços de streaming não são uma opção credível para quem faz da música a sua vida. A estas declarações um membro da administração da empresa sueca respondeu que o serviço de streaming sueco angaria mais dinheiro para a indústria musical que o iTunes.

spotify-taylor-swift                                                                                             Taylor Swift

Mas foi de facto a saída de Taylor Swift que suscitou maior atenção para a questão dos royalties (direitos de autor). Foi em Novembro de 2014, que a cantora americana Taylor Swift retirou todas as suas músicas do Spotify, de momento apenas se encontram as músicas que Taylor tem associadas a outros discos, nomeadamente de bandas sonoras de filmes. Em Julho do ano passado, Taylor já se tinha pronunciado contra a emergência de serviços de streaming, tendo em 2012 chegado a adiar o lançamento em streaming do seu álbum Red. O Spotify tentou convencer a cantora através de uma campanha nas redes sociais e num comunicado no site, declarou que 16 dos 40 milhões de utilizadores tinham reproduzido a música dela no mês anterior à retirada da música.

Soundcloud grooveshark

Contudo, o Spotify não é o único serviço de streaming de música que existe. Numa pesquisa rápida no Google por “Music Streaming Services” aparecem-nos dezenas de serviços que existem no mundo inteiro e outros que ainda irão surgir novos nos próximos anos. Existem vários serviços de streming de música que funcionam nos mesmos moldes que o Spotify, ou seja, grátis ou por subscrição. Um dos mais conhecidos é o SoundCloud, que está disponível em todo o lado, desde que haja internet; outro bastante conhecido e que apenas está indisponível na Alemanha e na Dinamarca é o Grooveshark. No entanto, existem vários outros, uns mais conhecidos e com maior força neste mercado, outros menos conhecidos e menos força, mas todos têm um significante número de faixas à disposição.

Spotify-Logo

Bom, depois de tantas críticas apontadas ao Spotify, tenho que dar a conhecer também o lado positivo da coisa. Sim, tem um lado positivo mesmo depois de tudo o que está escrito em cima. O Spotify é bom em várias coisas: para começar permite aos seus utilizadores ouvir música em qualquer lugar sem ter de andar à procura no Youtube das músicas ou álbuns que queremos ouvir e que muitas vezes não estão disponíveis noutros lugares, a não ser no Spotify. Em segundo lugar, permite ouvir os discos pouco tempo depois do seu lançamento (às vezes até antes) sem pagarmos nada por isso (para quem utiliza a modalidade gratuita). Em terceiro lugar, permite-nos descobrir artistas que nunca antes tínhamos ouvido falar devido às sugestões que nos aparecem quando vamos ao perfil do artista. Em quarto lugar, o Spotify pode levar à compra dos álbuns dos artistas, porque depois de ouvirmos algumas músicas do álbum, podemos comprovar se a qualidade do mesmo é ou não suficiente para nos fazer dar x euros, que caso contrário dificilmente estariamos dispostos a dar, dado que não conhecíamos a qualidade do disco. Em quinto lugar, permite-nos criar playlists para ouvirmos as nossas faixas favoritas ou ver as playlists dos nossos amigos ou dos nossos artistas preferidos. Em último lugar e talvez a mais importante, podemos ouvir as músicas dos nossos artistas preferidos e faze-los ganhar dinheiro com estas reproduções.

spotify-payouts

Não sei quanto ao caro leitor, mas a mim que sou utilizador do Spotify parece-me que o único problema é mesmo o valor que pagam aos artistas pelas reproduções das suas músicas. Deveria haver um equilíbrio entre o valor que o Spotify acumula e aquele que é para os artistas, porque o que acontece actualmente é uma exploração das músicas dos artistas e isso não está correcto. E o leitor o que acha disto tudo? Dê a sua opinião nos comentários e não se esqueça de partilhar e ler o resto dos artigos deste Magazine que têm todos qualidade.

E para fechar com chave d’ouro ficam aqui os vencedores dos prémios Grammy’s que ocorreram no passado domingo:

grammys                                                                                     Prémios Grammy’s

Record of the Year: Stay With Me – Sam Smith

Album of the Year: Morning Base – Beck

Song of the Year: Stay With Me – Sam Smith

Best New Artist: Sam Smith

Best Pop Solo Performance: Happy – Pharrell Williams

Best Pop Duo/Group Performance: Say Something – A Great Big World ft. Christina Aguilera

Best Traditional Pop Vocal Album: Cheek to Cheek – Tony Bennett & Lady Gaga

Best Pop Vocal Album: In the Lonely Hour – Sam Smith

Best Dance Recording: Rather Be – Clean Bandit ft. Jess Glyne

Best Rock Performance: Lazaretto – Jack White

Best Rock Song: Ain’t it Fun – Paramore

Best Alternative Album: St. Vincent – St. Vincent

Best Dance/Electronic Album: Syro – Aphex Twin

Best Metal Performance: The Last in Line – Tenacious D

Best Rock Album: Morning Phase – Beck

Best R&B Performance: Drunk in Love – Beyoncé ft. Jay-Z

Best Urban Contemporary Album: Girl – Pharrell Williams

Best R&B Album: Love, Marriage & Divorce – Tony Braxton & Babyface

Best Rap Performance: I – Kendrick Lamar

Best Rap/Sung Collaboration: The Monster – Eminem &Rihanna

Best Rap Song: I – Kendrick Lamar

Best Rap Album: The Marshall Mathers LP2 – Eminem

Best Country Solo Performance: Something in the Water – Carrie Underwood

Best Country Song: I’m Not Gonna Miss You – Glen Campbell & Julian Raymond

Best Improvised Jazz Solo: Fingerprints – Chick Corea

Best Jazz Vocal Album: Beautiful Life -Dianne Reeves

Best Reggae Album: Fly Rasta – Ziggy Marley

Best Comedy Album: Mandatory Fun – Weird Al Yankovic

Best Compilation Soundtrack for Visual Media: Frozen – Kristen Anderson-Lopez,

Robert Lopez, Tom MacDougall & Chris Montan

Best Score Soundtrack for Visual Media: The Grand Budapest Hotel – Alexandre Desplat

Até para o mês que vem!

Artigo de Vasco Wilton