Subir a Mostarda ao Nariz – Teresa Isabel Silva

Antes de descobrirem a mostarda, e de inventarem a mostarda em frasco, o que é que subia ao nariz destas pessoas que tanto utilizam esta frase? E porque é que se escolhe a mostarda em vez da maionese ou do ketchup? Aliás, porque motivos os molhos são usados em tantas expressões populares?
Seja como for o único molho que não está metido em confusões é o ketchup, porque até a maionese é embutida na expressão “nadar na maionese”, o que me leva a perguntar porque raio uma pessoa iria querer nadar na maionese se pode nadar em tanta coisa…
De qualquer maneira, a imagem que surge na minha cabeça com a expressão “mostarda no nariz” é a de um bebé. Sim, um bebé, daqueles bebés que vimos em vídeos no youtube. Daqueles bebés que se sujam todos de chocolate, lama, maionese ou até mesmo de mostarda.
Considerando que as criança adoram levar á letra tudo aquilo que ouvem, fica já aqui o aviso para todos os pais do nosso pais: Nunca usem esta expressão junto das vossas crianças.
“Subir a mostarda ao nariz” pode ser uma expressão fatal para os vossos benjamins, que curiosos para descobrir como acontece o milagre de fazer subir a mostarda ás fossas nasais, vai testar mil e uma maneira de conseguir a proeza, acabando mesmo por usar o topo do frasco da maionese como quem usa um descongestionante nasal. Depois disto é facilmente compreensível que a maionese comece a ter novas funções aos olhos das nossas crianças, tudo depende da originalidade. E só Deus sabe como os petizes podem ser originais.
Aliás aquilo que nós os adultos consideramos desperdiçar comida, as nossas crianças consideram que é o acto de alimentar todos os poros dos seus tenros corpos. Para eles as questões são simples, porque motivos comerem pepino se o podem usar nos olhos para tratamentos faciais? E porque não poupar um bocadinho da mousse de chocolate para fazer uma máscara facial?
Nunca ninguém pensou nisto, e muito sinceramente eu nunca tinha pensado no assunto até escrever esta crónica, mas talvez tenham sido as expressões deste género aliadas á curiosidade das crianças e á capacidade delas de improvisarem que tenham sido inventados os melhores tratamentos para corpo e rosto, levando as empresas de cosméticos a criarem produtos naturais.

Crónica de Teresa Isabel Silva
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