TEKKEN 7 (Review)

Lembro-me perfeitamente de jogar o primeiro Tekken nas máquinas Arcade num dos cafés da minha aldeia. Devia ter os meus os meus 6/7 anos mas já alavancava cada moeda como se não houvesse amanhã. Com o Law, com o Paul, com o Kazuya. You name it. Depois de pedir “emprestadado” (isso mesmo) o Tekken 3, estava mais que definido o meu clube na esfera dos jogos de luta. Agora, com 23 anos e outros tantos de “porrada” electrónica, fui presenteado com a sétima entrada da série Tekken, lançada pela Namco/Bandai no início deste mês.

Tekken 7 foi considerado por muitos um dos jogos de luta mais aguardados de sempre – eu que o diga, que tive de esperar quase oito anos para dar continuidade a esta aventura. Tekken 6, lançado 2009, foi um dos primeiros jogos que comprei para a minha PS3 na altura, e foi o único título da terceira geração de consolas. Escusado será dizer que não me escapou a edição especial, num autêntico caixote de memorabilia. Só para fãs!

Mas chega de memórias: como está o universo Tekken? Oito anos é muito tempo e foram muitos os jogadores que se viraram para outras possibilidades. Apesar de tudo, a adesão a Tekken 7 no fim de semana de abertura foi uma loucura, com os servidores online a não aguentarem a pressão do avolumado número de jogadores.

A sétima entrada da série dá seguimento à tão afamada história da família Mishima, num mundo mergulhado no caos criado pela guerra entre Heihachi e Kazuya Mishima (pai e filho), cuja sede de poder é intensificada à medida em que o globo se divide entre as duas facções. No meio encontra-se Jin Kazama, filho de Kazuya e portador dos genes demoníacos do pai. Jin, dado como desaparecido no final de Tekken 6, é visto como a chave para a resolução deste conflito de sangue. “The Best Fights Are Personal”, dizem eles.

Acredito que o parágrafo anterior esteja em chinês para alguns dos leitores, mas a história já vai longa e as personagens também. No entanto, a primeira conclusão que tirei do jogo foi a berrante falta de investimento no desenrolar da narrativa, com um modo história curto (passado em meia dúzia de horas) e com um regime de combate que deixa muito a desejar. Esta foi a minha única grande desilusão, não colmatada pela pouca variedade de modos de jogo.

Falta um modo Tekken Force e um maior desenvolvimento das histórias individuais de cada personagem que apenas têm direito a um combate com um ‘’rival’’, do qual se obtém uma cutscene pequena e pouco conclusiva. Uma vez completos todos os episódios, sobram o clássico Arcade (ainda mais curto) e o Treasure Mode, concebido para conquistar acessórios de personalização para as várias personagens do jogo. Com isto em mente, nota-se uma aposta evidente da Namco nos modos online e na personalização das personagens ao jeito do jogador. Multiplicam-se as roupas e acessórios para todas as personagens. Se vissem alguns dos meus oponentes online… algumas das personagens tornam-se mesmo ir reconhecíveis.

O meu problema com esta viragem de paradigma da Namco-Bandai é o facto de falhar àqueles que não têm tanto interesse na luta competitiva. Parece sempre que falta qualquer coisa. E não é que falta mesmo? Personagens, amigos! Lei, Anna, Julia, Mokujin, Marduk ou Bruce são apenas algumas das personagens que falham a entrada em Tekken 7. Por outro lado, estreiam-se Katarina (que até fala português), Claudio, Lucky Chloe, Shaheen, Josie, Gigas e Master Raven.

Aos estreantes mencionados acima juntam-se Kazumi Mishima e Akuma, as grandes estrelas da companhia. Kazumi é nem mais nem menos que a mulher de Heihachi. Assassinada às mãos do seu próprio marido, a história de Kazumi é finalmente contada em Tekken 7, trazendo à trama Akuma, uma das personagens mais famosas da série Street Fighter. Reza a história que Akuma veio para matar Heihachi e Kazuya, como retribuição a Kazumi por lhe ter salvo a vida. Emoções bem fortes na família Mishima. E uma grande surpresa para os fãs da série – a introdução dos Rage Arts (e dos Rage Drives), uma espécie de super combo que pode ser utilizada uma vez por combate. Posso dizer que alguns são simplesmente BRUTAIS!

A nível gráfico só posso dizer que está impecável. Tenho jogado em 4K e os detalhes são simples mas de extrema qualidade. O jogo tem compatibilidade com VR mas ainda não tive oportunidade de experimentar, especialmente porque não quero partir nada cá em casa (não vá levar isto tudo muito a sério). O mesmo com a jogabilidade, uma das áreas em que é notável a melhoria em relação a Tekken 6. A isto junta-se uma banda sonora energética e uma excelente execução no que toca à cinematografia da história, algo que contrabalança com o número reduzido de cenas.

Continuando com os polegares em cima, achei notável a introdução de todas as bandas sonoras da série, assim como a possibilidade de comprar todos os vídeos da saga Tekken com fighting money, algo que é um claro “obrigado” aos fãs que têm acompanhado a série desde da sua concepção. A personalização das personagens também permite uma ida ao passado, com os fatos antigos da maioria das personagens a estarem disponíveis na loja do jogo.

Em suma, Tekken 7 faz jus à expectativa criada ao longo dos últimos anos, estabelecendo-se como o beat’em up de eleição para os jogadores que apenas querem um pouco de diversão (apesar de ter perdido o trono para Mortal Kombat durante a sua ausência). Tekken reafirma-se como um das séries mais marcantes no mundo dos videojogos mas peca pela falta de investimento no modo história. Mas quem gosta, gosta… porque já passou uma semana e ainda não tirei as luvas! O Hwoarang que o diga!

Season Pass, ou seja vem aí mais DLC e mais conteúdo. Será que estas falhas serão colmatadas ao longo do ano? Esperamos pelo Round 2. Porque a Namco ganhou à rasca o primeiro (Great!). Se vale a pena? Claro! Se tivesse que dar uma nota de 1 a 10, seria um sólido 8.5. O que é Excellent! (sim, sou fã do Lee!)

Por isso e sem mais demoras… GET READY FOR THE NEXT FIGHT! E farewell Heihachi Mishima!