The Witcher 3: Wild Hunt – Hearts of Stone

De tempos a tempo surge um jogo revolucionário que não só eleva a fasquia de um determinado género como decide inovar, ou pelo menos oferecer alternativas baseadas em conceitos antigos e novos. The Witcher 3: Wild Hunt, a obra-prima da CD Projekt RED saiu em Maio deste ano, e já falamos dele aqui, no Ideias e Opiniões, mas a 12 de Outubro foi lançada a sua primeira expansão paga, Hearts of Stone. Será que continua o legado de Geralt of Rivia? Oferecerá novos conteúdos que justifiquem a sua compra?

GeraldofriviaCD Projekt RED é uma empresa polaca que desde logo se quis destacar com The Witcher 3: Wild Hunt pela preocupação que tem com a sua comunidade, que tem acompanhado os grandes sucessos da saga de Geralt of Rivia. Para evitar os erros cometidos por outros developers ocidentais, como a EA Games ou a Ubisoft, resolveu criar uma série de conteúdo não pago, e oferecido periodicamente aos jogadores. Os 16 DLC’s (Downloadable content) não pagos adicionaram conteúdo cosmético mas também novas quests, culminando com o aguardado New Game Plus, que permitiu aos jogadores recomeçar a jogar o videojogo com personagens já existentes, experimentando o conteúdo novamente e permitindo explorar outras decisões sem perder todo o progresso, evoluindo Geralt até para lá de nível 60.

Num jogo com necessidade de grande dedicação e a uma escala nunca vista, pode argumentar-se que The Witcher 3: Wild Hunt é uma experiência onde não falta conteúdo, numa aventura que leva pelo menos uma centena de horas a completar, podendo ser estendida tendo em conta as regras e prioridades especificas do jogador. A perspectiva de duas expansões pagas que ao todo adicionariam 30 horas de conteúdo deixaram os fãs na expectativa, uma vez que o termo “expansão” é raro nos dias que correm, substituído pelo habitual termo DLC. O resultado da espera é Hearts of Stone, que custa cerca de 10 euros, muito menos do que qualquer DLC desta natureza de outras companhias, oferece uma nova história para explorar e expande uma zona já existente no jogo com algumas quests secundárias e novos equipamentos.

A história principal de Hearts of Stone ronda à volta de um homem imortal que sacrificou tudo por poder, e encontrou resposta ao seu sacrifício na figura de um homem misterioso chamado Gaunter O’Dimm, uma personagem intrigante com poderes inigualáveis e que já se tinha cruzado brevemente e em anonimato com Geralt of Rivia na história de Wild Hunt. O involuntário contacto com estas duas personagens começa numa aventura que desafiará a moralidade do protagonista e o levará aos mais variados cenários, numa demanda que não peca pela variedade de ambientes e pequenas referencias a outros videojogos. Desde um esgoto de Novigrad até a um casamento numa aldeia remota, passando por uma casa assombrada e por um assalto a um cofre, Hearts of Stone esmera-se pela simbiose perfeita entre história, ambiência e musica, de forma nunca vista, nem mesmo no jogo original.

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A expansão conta ainda com o regresso de Shani, uma amiga de longa data de Geralt, que não aparecia desde o primeiro jogo da saga, The Witcher (2007), e que oferece a única oportunidade de romance desta expansão, sendo uma personagem com alguma relevância no desenrolar dos eventos. Outros companheiros de Geralt não estão nesta expansão, até para a identificar do resto do jogo e tentar que haja o mínimo de conexões possíveis com acontecimentos da história original para evitar incongruências. Hearts of Stone enquandra-se num período não delimitado e pode ser jogada a qualquer momento, mas o seu nível aconselhado é bastante elevado, e no momento em que os jogadores chegam aos parâmetros recomendados muito provavelmente já terão acabado a história principal, ou então estarão perto disso.

Esta nova expansão apresenta também os confrontos mais difíceis de Geralt, sendo mesmo arriscado dizer que o conteúdo de Hearts of Stone apresenta mais batalhas com bosses do que o jogo original nas suas centenas de horas. As mecânicas destes novos inimigos podem por vezes ser difíceis de decifrar mas é completamente possível vencê-los com o auxilio de uma personagem bem construída para os desafios.

As quests secundárias de Hearts of Stone estão devidamente assinaladas com a cor azul, que demarca o tom da expansão, mas pecam pelo seu número reduzido, numa nova área de Novigrad que parecia promissora para novas aventuras. No entanto, é de louvar uma pequena mudança em termos de Treasure Hunts, muito mais difíceis e que apresentam criaturas que defendem os seus tesouros com unhas e dentes.

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Novas funcionalidades marcam também este nova adição de conteúdo, especialmente com o Runewright, uma especialista que promete dar novos poderes às armas e armaduras do protagonista através da junção de runas. O resultado são novas formas de arruinar a vida aos adversário ou de transformar uma situação adversa numa situação favorável com a activação de um destes poderes. Também as armas, ganham uma nova aura colorida, juntando-se às runas que já estavam embutidas nas lâminas.

Hearts of Stone consegue enveredar pela mesma formula de Wild Hunt com uma história de qualidade, ao mesmo nível do resto da saga e que vale muito mais do que a quantia de 10 euros. Com alguma falta de conteúdo secundário, que não destrói nem de perto a experiência, é uma adição fabulosa num mundo já de si vasto onde facilmente nos perdemos pela sua imersão. Deixa-nos também na expectativa por Blood and Wine, a segunda e última expansão que deverá sair na primeira metade do próximo ano.

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Volto para o próximo mês com mais videojogos…