Trabalhar de prancha na mão – Maria João Costa

Não é difícil, é só preciso perder um bocadinho de tempo e ter uma dose extra de paciência, e pronto, consegue-se. Aliás se a irmã de catorze anos consegue, qualquer pessoa o pode fazer. Para muitos pode ser o emprego de sonho, afinal é o passatempo de eleição quando chegam a casa; mas para quem não tem paciência para um ecrã de computador, pode ser tudo, menos um sonho.

Tumblr , facebook, canal de youtube, soundcloud, e outras plataformas que vão surgindo a cada segundo que passa, das quais nem é bom pensar que quando terminar este texto já vão estar online para usar e abusar. Redes sociais e afins, fazem parte do futuro, despertam curiosidade a qualquer cidadão que tenha um pc, ipad, smatphone, ou um outro ecrã portátil no banco do carro. Há quem fique fã, e há quem simplesmente não se interesse.

Quem fica fã, sonha fazer disso um emprego – o dia todo a publicar fotografias bonitas, procurar músicas de fazer rir e chorar, partilhar com os amigos, ler comentários, fazer upload de conteúdos exclusivos, … – quem não se interessa, fá-lo durante mais de oito horas por dia, fica viciado e cria contas privadas.

Trabalhar na internet é uma realidade para muitas pessoas, é um mundo em expansão que exige muito mais do que um simples clicar em Enter para fazer acontecer. Antes de clicar no Enter há que perceber as consequências de um ato aparentemente inofensivo, mas que pode ser muito prejudicial para quem clicou, para quem gostou, para quem partilhou e para quem gostava que houvesse a opção “don´t like”. Depois de publicado, o melhor é fazer figas e esperar que ninguém seja neurótico, nem viral, para fazer chacota da publicação.

Para quem não era fã de “surfar” na internet, depois de mais do que um emprego com “prancha” na mão, ganha-lhe o gosto, e não a larga, mesmo quando vai de férias para a montanha.

Crónica de Maria João Costa
Oh não, já é segunda feira outra vez!