Trabalho fora de portas – Maria João Costa

Não é para quem quer, é para quem pode! E depois disto já não há muito mais a dizer. Depender de um computador para ganhar o salário no final do mês é uma realidade para 99% da população, mas ter o computador como única ferramenta é para os sortudos. Não ter que estar dentro de quatro paredes para mostrar trabalho feito, nem ter que usar calçado, muito menos roupa, é mesmo só para alguns (e não comecem a imaginar outras coisas, voltem à terra por favor!).

O jardim lá de casa, o sol, o bikini, o gelado e o computador, é tudo o que uma pessoa precisa para ser feliz no trabalho. Fica online, faz o que tem a fazer enquanto muda de cor. Não, não falo de sexo online, nem de outros casos que envolvam o Mickael Carreira, falo de atualização de sites e outras coisas que podem ser feitas com menores a assistir. É o futuro, trabalhar em qualquer parte do mundo, ser produtivo e ao mesmo tempo usufruir do que a natureza tem para oferecer. Claro que há sempre uma abelha à espreita, pó a mais no ecrã, e vento pouco agradável, mas não se pode ter tudo.

Mas é motivante, é caso de alegria, e seria uma alternativa para muitos trabalhadores que dizem cansados e sem vontade de fazer alguma coisa que justifique o que ganham no final do mês.

Lanço um desafio às empresas, Spring Day (em inglês é mais bonito, e torna tudo mais empresarial), um dia em que os empresários deixam a gravata e os sapatos, pisam a relva e montam o escritório na rua. Motivação não ia faltar, e ninguém se podia queixar da rotina. Dia de produtividade acima da média, e ninguém ia contar as horas para ir a correr para a esplanada, já não iam sentir falta daquilo que já tinham.

Crónica de Maria João Costa
Oh não, já é segunda feira outra vez!