Tuna(lidades)!

(Caro leitor: Esta é uma crónica diferente, que fala de amor. Mas um amor que também ele é diferente… Dando-lhe o mote, para ver se chega lá… ‘’De capa traçada canto até ao fim…’’)

Há momentos que marcam a vida das pessoas. Diz-se que casar é um deles e que parir é outro. Defendo eu, partindo do pressuposto de que casar ou parir é coisa séria e dolorosa,- ficando a ligação a cargo de cada um,- a existência de outros, que em circunstâncias normais precedem os primeiros. Viver a Academia é indubitavelmente um deles.

Através de uma vasta gama de produtos e serviços, que não só o Gozo do Caloiro aka Praxe, qual hipermercado universitário, a integração dos alunos está praticamente garantida. Afinal, todos conhecemos um qualquer rapaz da equipa de futebol, os membros do grupo de teatro, a moça dos recados da Associação Académica, responsável pela manutenção do stock de águas minerais, tinteiros ou resmas de papel entre outro material de escritório, não deixando, mesmo assim, de usufruir do estatuto de dirigente associativa e claro, as Tunas!

Todo o santo aluno que procure viver a academia conhece as Tunas, quer seja por ser aquele grupo de moços(as) que andam pela faculdade afinando cantares tradicionais, quer por não se conseguir beber café fora da hora de expediente porque ora está a simpática funcionária do bar a servir imperiais em piloto automático. Pois que ninguém se importa, porque lá está, são tunas, e têm um estilo próprio, que é como quem diz…

Porém, há que desmistificar a ideia de que todos os tunos não passam de alcoólatras com um número ‘’invejável’’ de matrículas. É claramente mentira. Estudos inventados provam que apenas três em cada dez tunos correspondem ao perfil anteriormente traçado, o resto é só ‘’malta fixe’’!

Na verdade, as tunas são apenas grupos com o estranho talento de conjugar a composição de música tradicional portuguesa ou latina em sentido lato, mas também obras de elevada complexidade, com um espírito folião, animando as ruas do nosso país, serenando as mais bonitas raparigas e participando em encontros, noites de fados e festivais. Mais do que isso, são parte fundamental da Academia, em muitas faculdades os representantes máximos da Capa e Batina, vulgo Traje Académico, um exemplo de tradição, companheirismo e boémia.

Sou tuno, como já devem ter percebido. Gosto de ser tuno! Poucas coisas há que me orgulhe mais que ser tuno, e se as houver, contam-se pelos dedos de uma mão.

Este é o meu testemunho, exemplo e homenagem sentida a todas as tunas portuguesas!

Vai Tuna!