Uma prostituta chamada Democracia – João Pinto Costa

O 25 de Abril de 1974 mais do que garante de liberdades individuais, democratizou e despreocupou consciências que viviam presas e atormentadas com a divulgação de ideais alheios.
A maioria de nós é filho do 25 de Abril, o que não invalida que muitos outros sejam filhos bastardos da mesma efeméride. Esse filhos bastardos resultam da relação entre a mãe Democracia e o pai Fascista, gozando dos ensinamentos maternais para dar azo às convicções do progenitor.
O pior é que a mãe Democracia e o pai Fascista, apesar das diferenças que os individualizam são irmãos, caminhando sempre lado a lado desde a sua génese. E pior ainda é que de relações incestuosas nunca nasceram grandes pessoas.
O 25 de Abril trouxe-nos a possibilidade de exprimir livremente as opiniões mas trouxe-nos também a possibilidade de criticar, censurar e desvalorizar com total liberdade as opiniões dos outros.
Quem escreve em jornais ou em sites sabe bem do que falo.Raras vezes as pessoas que gostam do conteúdo se prontificam a comentar. É natural. Quem escreve por gosto, não escreve para que os outros gostem e o facto de não comentarem não significa que não voltem a espreitar o que foi escrito no artigo seguinte. Essas pessoas, por estarem tão identificadas com o autor emitem a sua opinião quando algo não lhes agrada. Só estas merecem o respeito e a reflexão da minha parte.
Há depois os filhos das relações incestuosas da Democracia que não têm culpa das frustrações que no seu ser habitam e por isso apesar de merecerem a minha total pena, nunca merecerão o meu respeito. São aquelas pessoas que criticam por criticar, grande parte das vezes até concordam ou acham piada ao que é dito, mas há um grande motivo para se expressarem que é o facto de não serem elas a escrever o que estão a ler.
Escondidas atrás de um nome qualquer, reclamam a falta de uma virgula no texto. Reclamam a falta de piada do que é dito. Reclamam a falta de qualidade de quem tenta transmitir uma ideia. Mas mais do que tudo reclamam silenciosamente o facto de serem perfeitos idiotas. Só isso explica que voltem um dia mais tarde, com ou sem o mesmo nome, a emitir opiniões destrutivas. Se eu não gosto do que alguém escreve, depois de identificar o estilo da pessoa e de lhe dar uma oportunidade (que mais do que dar uma oportunidade a outrem, é dar uma oportunidade a mim mesmo de privar com algo que me fará bem), única e simplesmente não leio mais o que essa pessoa tem a dizer.
Não é bonito quando os irmãos se encontram. Não é bonito quando os filhos da democracia, se encontram com os filhos bastardos da mesma mãe. E isto só acontece porque a Democracia é uma prostituta que a todos tenta agradar.
São infindáveis as doenças venéreas que esta mãe nos transmitiu e só é absolutamente feliz quem, como eu, além de ser um filho legitimo do 25 de Abril, conviva bem com essas doenças que todos temos mas que se manifesta bem mais nas filiações ilegítimas.
Mas como disse no inicio a Democracia não só se manifesta nessas opiniões. Manifesta-se na importância que lhes damos. Zero.

Crónica de João Pinto Costa
A minha Vida dava uma Crónica