Unhas, unhacas, gatázios e gadachins

O corpo humano é algo belo, especial e maravilhoso! (E ai de quem disser o contrário! Mando-lhe já uma foto minha, todo nu, a ver se não muda logo de ideias…) Mas a beleza é um adjectivo que não anda só. Junto com a beleza vem habitualmente a inveja, o asco e o ódio. E é sobre isso mesmo que lhe irei falar hoje. A relação amor/ódio que temos por uma das partes do nosso corpo. E que parte é essa, perguntará o querido leitor? As unhas, meus amigos! As unhas! Existem tantos motivos para se amar as unhas como para as odiar. Ora vejamos…

Quantas e quantas vezes já viu mulheres de unhas pintadas, limadas, cortadas, enfeitadas (e mais umas quantas coisas terminadas em ‘adas’)? Imensas, não é?! Demais, se quer que lhe diga. A quantidade de vezes que eu sou obrigado a ver unhas alheias é algo que me deixa quase à beira do suicídio. Mas que raio de moda é esta agora, de toda a gente ir colocar fotos de unhas para o Facebook? “Ah e tal, acabei de pintar as unhas deixa lá colocar uma foto para os meus amigos verem…” – Ó, por amor de Deus. – Se eu quisesse passar o dia inteiro a ver unhas tinha ido para manicure… Mulheres deste país querem mostrar aos vossos amigos que cuidam da vossa imagem? Então comecem a partilhar fotos depois de fazerem a depilação às virilhas. Isso, sim, mostra algum cuidado da vossa parte e é coisa para despertar algum interesse nos vossos amigos. Agora unhas?! Não, obrigado!

Até porque eu também arranjo as unhas e não ando por aí a partilhar fotos disso. Quer dizer… Eu não as arranjo, simplesmente corto-as. E é com uma faca! Homem que é homem não usa corta-unhas. Agarra na faca que usa para afiar o lápis (sim, um homem ‘à séria’ também não usa afia) e depois arranca dois ou três pedaços de unha, assim, à bruta! E depois, guarda esses pedaços de unha num frasco debaixo da cama. (Para o caso de não saber, as unhas guardam-se em frascos debaixo da cama. Pelo menos as dos pés. Eu aprendi isso a ver os desenhos animados “Real Monsters” e desde então foi esse o destino das minhas unhacas dos pés!)

Mas a pergunta que se põe é: “Quando é que está na altura para se cortar as unhas?”
No que toca à minha pessoa é simples: As das mãos é quando se começa a ouvir «tac, tac, tac» ao digitar no teclado e, as dos pés, é quando a minha adorada esposa vai contra os meus (lindos) pezinhos, arranha-se e exclama: “UNHO!!” (o que é equivalente a chamar-me Big Foot mas apenas no que toca aos gadachins dos pés). Seja como for, nunca fui para para o Facebook partilhar fotos das minhas unhas dos pés!
«Nota mental: ir partilhar fotos do meu frasco das unhas dos pés no Facebook!»

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Outra questão que se devia colocar relativamente ao departamento dos gatázios é: “Qual é o sítio mais apropriado para se cortar as unhas?”

Eu confesso que sou um tipo recatado. Gosto de cortar as minhas unhas no aconchego do lar e de preferência sozinho. (Não é que eu seja um tipo tímido mas admito que se possa tornar um tanto ou quanto constrangedor se saltar um pouco de unhaca para cima da pessoa que está do nosso lado…) No entanto, existe um grupo de pessoas – normalmente na faixa etária entre os 50 e os 99 – que gosta de cortar as unhas em público. Quer seja na praia, em bancos de jardim, transportes públicos, ou uma ou outra festa de aniversário. Confesso que até não sou um tipo ‘nojentinho’ mas torna-se aborrecido quando temos um pouco de unha do pé na mousse de chocolate. (Pensando bem na mousse de chocolate até não é assim tão mau, com sorte até conseguimos reparar e retirar a unha antes de nos servirmos, agora se calha a ser numa tarte de natas é coisa para passar despercebida e acabar digerida sem darmos por isso…)

Mas tal como tinha dito no inicialmente as unhas também são muito amadas. Para uma mulher ter unhas bonitas equivale a um homem com uma barba bem cuidada. Ou no caso da Conchita Wurst – a vencedora da Eurovisão da Canção – é tão importante uma boa manicure como uma barba bem aparada!

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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