“Vini, vidi, vici” – Teresa Isabel Silva

Na passada quinta-feira soube finalmente a minha ultima nota. Sabem como é, aquela ultima nota que teima em não sair e a não nos deixar saber se estamos ou não oficialmente licenciados. Mas saiu, e tal como eu já sabia estava licenciada. Mas nada melhor que ter os resultados todos na mão antes de festejar.
Estava eu embrulhada na minha euforia de recém-licenciada quando dei por mim abalada. Os meus pensamentos voaram para aquelas pessoas que nunca souberam qual é a sensação de missão cumprida. Aquela sensação do vini, vidi, vici… E então fui quase que assombrada por uma pena gigantesca do Miguel Relvas. O pobre ministro até pode ter festejado a sua pseudo licenciatura, mas nunca festejou a sensação de missão cumprida.
Como boa samaritana e patriota que sou, preocupei-me com as pessoas recém-licenciadas. Sabem como é, amigos e colegas meus da faculdade que neste momento festejam o mesmo que eu, e pensei tristemente se a emigração não será mesmo a nossa última ou única opção. Depois recordando-me no ministro Miguel relva, e desta vez com um sorriso, pensei: Ora essa se ele conseguiu e nem tem estudos para isso, porque é que nós, esta fornada de jovens talentosos não há-de conseguir?
Vini, vidi, vici, estas foram as palavras de Júlio César, um herói, um eterno vencedor e conquistador que de certeza que se remexe na campa só de pensar que alguns dos nossos ministros usufruem desta celebre frase sem entenderem o que ela na verdade significa.


Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas