Votos para 2014 – Nuno Araújo

O novo ano de 2014 tem início já depois de amanhã, e esta é a altura para, mais do que um balanço de 2013, enunciar quais os meus votos para a cena política em 2014.

No plano nacional, sem dúvida que um novo governo será essencial. Um governo que fosse a antítese deste, de Passos Coelho e Paulo Portas, ou seja que conseguisse fazer valer a pena todos os sacrifícios feitos pelos portugueses. Faz falta um governo que redistribua esperança aos portugueses, um executivo que dê uma palavra de apreço àqueles que mais têm sofrido com os inúmeros passos atrás dados desde 6 de Junho de 2011, o “day-after” das eleições legislativas que tiveram vitória do PSD de Passos Coelho.

Será irrealista pensar que haverão eleições legislativas no próximo ano de 2014 em Portugal; contudo as circunstâncias podem mudar o rumo dos acontecimentos, e a forma como se proceder à saída do nosso país do programa de ajustamento será essencial para perceber se o governo PSD-CDS chegará até 2015, ou se, por outro lado, Cavaco Silva entenderá que, alterado o cenário político e macroeconómico de Portugal, será hora de devolver a palavra aos cidadãos.

Prevaleçam as virtudes, as qualidades e as forças, entre aqueles que reconheçam serem “maiores as pontes que os unem do que as forças que os separam”. Só assim Portugal terá futuro.

No plano europeu, os meus votos vão para a recuperação do emprego, do modelo social europeu e da justiça. O Parlamento europeu, único orgão comunitário elegido directamente pelos cidadãos, vai a votos (em Portugal, será a 25 de Maio), pelo que o meu desejo será que as esquerdas parlamentares, constituídas pela social-democracia, pelo socialismo democrático, pelos “verdes”, eco-socialistas, pela esquerda não-alinhada e pelos comunistas, possam deter a maioria dos lugares no Parlamento europeu. Esse resultado, a acontecer, será um bom prenúncio para uma Europa que se tem esquecido dos seus jovens, dos seus idosos, das suas famílias, dos seus trabalhadores, dos seus desempregados, enfim de quase toda a gente.

No plano internacional, desejo sinceramente o fim de todos os conflitos armados, pois sou pela Paz. Voto para que a Síria, a República Centro-africana, e tantos outros locais de guerra possam oferecer paz e segurança a todas as pessoas que lá vivem. Voto igualmente pelo fim de todos os regimes repressivos da vontade popular.

Voto pela democracia, pela honra, pela justiça, pelo amor ao próximo e pelo trabalho pelo progresso da Humanidade. A todos os leitores do Mais Opinião, desejo um óptimo 2014!

Crónica de Nuno Araújo
Da Ocidental Praia Lusitana