Yammi! Que papa maravilhosa.

Ora viva! O Pai Sofre desta semana irá abordar uma temática deveras importante: a alimentação do seu bebé! Um artigo que, para além de delicioso e informativo, terá ainda espaço para criticar o hipermercado Modelo&Continente.

Sabia que a introdução dos novos alimentos acontece, normalmente, entre os 4 e os 6 meses? Vejamos porquê?!

  • após essa idade, se o bebé se for alimentado exclusivamente com leite, pode não conseguir manter uma progressão adequada de peso e desenvolver anemia por falta de ferro e/ou carências vitamínicas;
  • as necessidades nutricionais e energéticas do bebé são diferentes, como tal ele necessita de outro tipo de alimentos;
  • com esta idade, a capacidade expulsar qualquer tipo alimento consistente da boca está ausente, o que lhe permite uma melhor utilização da colher;
  • o bebé já é capaz de mastigar e introduzir os alimentos na boca;
  • assim como a maturação do estômago, intestinos e rins já permite a digestão e absorção de alimentos mais complexos.

Sim senhor… Muito bem! Estás realmente transformado num pai exemplar…” Dirão os meus caríssimos leitores.

Pois muito que bem. Para dissipar todos esses pensamentos (enganadoramente positivos) acerca da minha pessoa, irei partilhar convosco o verdadeiro motivo pelo qual me leva a querer mudar a alimentação da minha rebenta nos dias que correm: não tarda a mãe vai trabalhar e eu não tenho leite para lhe dar! Confesso que até já tentei espremer as mamas, mas não saiu nada. (Por acaso até saiu, mas foi um pelo encravado que tinha aqui no mamilo…)

E pronto, já consegui estragar um belo artigo criando imagens deveras perturbadoras na mente dos meus leitores. (HUAHAHAH!) Mas adiante. Assim que decidimos (ou melhor: assim que a pediatra decidiu) que devíamos introduzir outro tipo de alimentos na rotina da nossa piquena, o meu cérebro “flipou”…

“Então e agora? Posso dar de tudo? No outro dia li que se deve dar sólidos a partir dos 6 meses. Será que também posso dar bifes?! E bifes de vaca ou de perú? E acompanha com o quê? E antes dos 6 meses dou-lhe o quê? Sopas? Papas? E quando é que é suposto ela comer as sopas? E as papas? E já agora, que papa come? Nestum? Cerelac? E a papa faz-se com o quê? E a sopa?! Que ingredientes devo colocar na sopa?!”

AHHHHHH! O drama a tragédia o horror!

Felizmente a pediatra da nossa filha foi impecável. Ela deu-nos uma lista, toda catita, com o que comer, como, e quando. (nota: apesar da história de se poder introduzir os alimentos sólidos a partir dos 6 meses ser verdadeira, a coisa não é assim tão linear. Parece que temos de ter muita atenção com o que lhes damos. Diz que cozido à portuguesa, bifes e outros que tais estão fora de questão.)

Posto isto, e visto que vivemos numa época consumista e preguiçosa (em que nem sequer somos capazes de fazer a porcaria de uma sopa no tacho e triturá-la com a varinha mágica) decidi que estava na altura de adquirir um daqueles robots de cozinha, que fazem tudo por nós.

Como é óbvio a Bimby estava completamente fora de questão. Dar €1000 por uma máquina que apenas serve para cozinhar não me parece um bom negócio. Por este preço ela tinha de arrumar a casa, lavar a loiça, e estar disponível para uma ou duas noites, por semana, fazer para algo “mais picante” comigo. (E não me refiro a chili!)

Foi então que decidi adquirir uma Yämmi. As características eram semelhantes, o nome era mais apelativo, e o preço era bem mais “engraçado”. Dirigi-me a uma grande superfície comercial (não vou dizer que foi no Continente pois estou deveras chateado com eles) e tal não foi o meu espanto quando descubro que a Yämmi estava a menos de metade do preço. “Fabulástico!” – Pensei eu para com os meus botões. Tinha decidido adquirir a dita cuja mesmo na altura exacta. E tendo em conta a proximidade do Natal podia ainda aproveitar e oferecê-la à minha esposa como prenda de Natal (as mulheres adoram quando lhes damos coisas para a casa, acreditem em mim!).

Tudo parecia estar a correr às mil maravilhas, eis quando… PRODUTO ESGOTADO! Não havia Yämmi para ninguém. Nem ali, nem além, nem em Cucujães. O raça do robot estava esgotado a nível nacional. Em dois dias de promoção (uma promoção que diziam ser até 31/12) todos os artigos tinham sido vendidos. Como é que isto era possível, meu Deus?! Não estamos em crise?! Tudo bem que o desconto era bem grande, mas ainda assim aquilo ainda ficava a 150 paus, pá! Será que de um momento para o outro toda a gente decidiu que giro, giro, era ter uma Yämmi pelo Natal?! Ó pelo amor da Santa…

Decidi que não havia nada a fazer. Não havia Yämmi, não havia robot de cozinha para ninguém. Recusava-me a pagar €399 pela sua concorrente, no Pingo Doce, e muito menos €1000 pela Bimby. Como tal virei-me para a minha filha e disse-lhe: “Lamento filha, mas vais ter de continuar a mamar mais alguns mesinhos! A vida é difícil e fazer sopas no tacho dá muito trabalho. Se queres deixar o leite da mãe então reza para que o Continente renove o stock das lojas ou então apareça uma barata no OLX…”

“Ai, ai, Pai Sofre!”