5 Livros Imperdíveis

Criar uma lista de livros obrigatórios não é algo que se possa fazer de ânimo leve. Afinal, o que é que é um livro “obrigatório”? Quais são os requisitos e os critérios postos em prática? Será esta selecção de livros realmente significativa para a formação cultural de um indivíduo? É discutível. Mas no meu caso, e como autora da crónica, os livros que daqui constam tiveram um impacto considerável na minha formação.

Obrigatórios ou não, são livros que pela sua capacidade de nos fazer reflectir (ou mesmo pela forma como mudaram o mundo literário) se tornaram indubitavelmente essenciais.

1 – George Orwell – 1984

Este livro adquiriu uma fama recente devido a Donald Trump e muita gente correu às livrarias para o comprar. George Orwell com 1984 alcançou um grande sucesso, e não é difícil compreender porquê. 1984 fala-nos de um regime totalitário em que os cidadãos estão constantemente a ser vigiados pelo “Grande Irmão” ou Big Brother.

Comer, dormir, falar, procriar e mesmo pensar: tudo é controlado pelo regime. E é quando um funcionário do Ministério da Verdade decide fugir às regras que o governo vai mostrar o seu verdadeiro poder.

Orwell presenteou-nos com um mundo imaginário e distópico aterrorizante, mas que nos convence e prende desde a primeira à última página.

2 – John Steinbeck – As Vinhas da Ira

Ninguém fica indiferente a John Steinbeck. As Vinhas da Ira renderam-lhe um prémio Pullitzer e conta a história de uma família que, durante a Grande Depressão de 1929, se viu obrigada a começar de novo. Partiram para a Califórnia em busca de emprego, dignidade e um futuro.

Um romance absolutamente arrebatador que retrata um período dos Estados Unidos que ainda hoje nos comove.

3 – Vladimir Nabokov – Lolita

Vladimir Nabokov não cessou em chocar a sociedade com esta obra. Com referências à pedofilia, conta-nos a história de um professor de meia-idade que se apaixona por Dolores Haze, uma menina de doze anos.

 

Uma história que nos perturba e nos faz questionar sobre o que é realmente o amor.

4 – Somerset Maugham – Servidão Humana

Somerset Maugham, um autor absolutamente genial quando se trata de retratar a natureza humana. A densidade psicológica dos seus livros é notória, e Servidão Humana é, possivelmente, a obra mais enriquecedora de todo o seu trabalho.

Com referências autobiográficas constantes, é nos contada a história de Philip Carey, um jovem órfão com uma deficiência que o faz coxear. A sua luta pela sobrevivência num mundo cruel, e a consequente perseguição dos seus sonhos fá-lo viajar por toda a Europa.

Quando menos espera, apaixona-se e é na não retribuição desse amor que Philip se questionará se valerá a pena ser escravo de um amor não correspondido.

5 – Marquês de Sade – Justine

Nem todos suportam Marquês de Sade, mas a sua qualidade literária é indiscutível. A literatura erótica como hoje a conhecemos não se pode comparar com a literatura erótica do séc. XVIII. A literatura erótica actual não conta com temas filosóficos, psicológicos ou morais, e Justine tem todos estes ingredientes.

Não é um livro leve. É chocante, tal como todos os de Marquês de Sade. Mas vale a pena espreitar a história de uma jovem que tenta encontrar o seu caminho no meio de um mundo absolutamente corrompido.