A Derradeira Playlist de Natal do Ideias e Opiniões

Natal, época mágica onde não pode faltar a família, os amigos, presentes, muitos doces, filmes natalícios e…música, muita música! Aliás, Natal não é Natal sem alguns dos maiores clássicos natalícios de sempre, obviamente!

O Ideias e Opiniões não fica indiferente a esta quadra tão especial e, como tal, oferece a todos os seus leitores a derradeira playlist natalícia. As escolhas foram feitas por alguns elementos da equipa de cronistas, são acompanhadas da respectiva justificação, mostrando assim o porquê de pertencer a esta nossa lista.

Vamos a isso? Sejam muito bem-vindos ao Natal do Ideias e Opiniões!

#1 – “A Todos Um Bom Natal”, Coro de Santo Amaro de Oeiras (Bruno Neves)

Para mim esta é a “A” música de Natal portuguesa. Não há Natal sem o mítico Coro de Santo de Oeiras e aquelas crianças que parecem ter ficado presas em 1980. Sempre que oiço este clássico retorno à infância e à excitação de quem só queria que chegasse a meia-noite para abrir os presentes.

Ainda hoje fico com um quentinho no coração sempre que a oiço. Tenho pena das gerações mais novas para quem esta música é só mais uma, como outra qualquer. Coitados, nunca saberão a magia que reside nestes minutos (a não ser que os progenitores, e respetiva família façam esse trabalho por eles… 😉 ).

#2 – “Silent Night”, Elvis Presley (Bruno Neves)

Escolher só duas músicas para esta playlist foi uma tarefa muito árdua para alguém, como eu, que adora música e tem no Natal a sua época do ano preferida. Contudo, era impossível “trair” o Rei, a sua voz doce e o espírito natalício que “escorre” deste tema.

“Silent Night” faz parte do meu imaginário desde sempre, trazendo-me à memória natais e pessoas que já não estão entre nós, sendo por isso difícil esconder a emoção quando a oiço.

#3 – “Noite Branca”, Anjos (André Silva)

Esta é, pessoalmente, uma das grandes músicas produzidas a nível nacional. Todos nós nos lembramos desta música, sabemo-la de cor e salteado, mesmo aqueles que não apreciam os Anjos! Tradicionalmente vocacionados para o lado sentimental, desejo e amor entre duas pessoas que gostam uma da outra, nesta decidiram dar um toque natalício (até porque a quadra assim o torna pertinente) e ficou no ouvido de milhares de portugueses.

Os natais dos anos 90 e princípios de 2000, já não são como os de hoje, mas é a ouvir a “Noite Branca” que sou teletransportado mas os serões em casa da minha avó, onde jantávamos, jogávamos e abriamos os presentes até às 4h da madrugada!

#4 – “Christmas Star”, John Williams (André Silva)

Lamento desapontar, mas não é quando as luzes de Natal nas ruas das nossas cidades, vilas ou aldeias são instaladas ou quando as montras das lojas são enfeitadas que sabemos que o Natal se aproxima. Todos nós sabemos que a época está à porta quando o menino Kevin é anunciado nas nossas televisões, ficando “Sozinho em Casa” após esquecimento da sua família durante uma viagem de Natal. Não há um Natal, onde a colectanea não passe parcial ou inteiramente nas nossas televisões e que nos continuam a deixar a rir com as maravilhosas partidas de Kevin aos “Wet Bandits” (Bandidos Molhados).

“Christmas Star” é uma das grandes músicas de Natal deste filme! Cheia de encanto, amor e que nos relembra que este período deve ser passado em Família, pondo de parte todas as nossas diferenças e problemas, para uma Consoada e Natal felizes!

#5 – “Baby, It’s Cold Outside”,  Frank Sinatra e Dorothy Kirsten (Luís Antunes)

Não é a versão original, mas nada como o duo Sinatra e Dorothy Kirsten para relembrar um clássico que foi devidamente apropriado pelo espírito natalício. Embora esteja envolta em polémica, esta escolha baseia-se no protesto a favor da livre interpretação do significado da música, e numa total repulsa ao movimento do “pseudo” politicamente-correcto que assombra e ameaça a cultura ocidental, baseada em conceitos ignorantes e falta da devida contextualização e relativismo histórico.

Escrita em 1944, por Frank Loesser para ser cantada com a ajuda da sua mulher, Lynn Garland, tornou-se rapidamente num sucesso relacionado com o Natal, afinal de contas relata uma noite gelada. A música escrita como se de um dialogo se tratasse, relata uma noite agradável que se arrisca a ficar mais curta, uma vez que a mulher do par romântico dita um conjunto de razões para voltar a casa, muitas delas características da época mas ainda hoje com relevância, desde as preocupações intemporais da mãe, passando pelo temperamento do pai, até ao clássico “o que vão os vizinhos pensar”. A música torna-se no entanto mais ambígua, com perguntas sobre o conteúdo da bebida e referências a um feitiço. Como qualquer letra, pode ser levada para onde quer que o interprete quiser, no entanto, tem várias interpretações. O contexto da sua criação, quer histórico como social, pode conter a resposta para inúmeras interpretações mas nunca pode ser censurada baseada na mais perversa. A bem do relativismo histórico, fica este clássico, que já recebeu várias versões modernas, sendo a mais recente a de Idina Menzel e Michael Bublé.

#6 – “God Rest You Merry Gentlemen”Ronnie James Dio e Tommy Iommi (Luís Antunes) 

Heavy Metal, um estilo de música riquíssimo e tantas vezes posto de lado nesta altura natalícia. Pela voz do único falecido Ronnie James Dio, e com a ajuda de um dos guitarristas mais influentes do metal Tommy Iommi, God Rest You Merry Gentlemen, é a versão cimeira dos dois históricos membros de Black Sabbath e Heaven & Hell.

Os avôs do heavy metal numa colaboração que dispensa muitas apresentações. Audível para os mais desligados do género musical, mas pesada suficiente para deixar qualquer metaleiro a abanar o capacete.

#7 – “Do They Know It’s Christmas Time“, Band Aid (Vasco Wilton)

Natal, é sinónimo de alegria, de família, de presentes, mas é também sinónimo de música e de causas. Em 1984, vários artistas britânicos e irlandeses, de alto gabarito internacional, juntaram-se para cantar esta música para chamar à atenção da vaga de fome que era vivida na Etiópia, e que infelizmente, ainda existe em vários países africanos nos dias de hoje.

É uma das músicas natalícias que eu me lembro, assim que se fala em Natal. As vozes de Bono, Sting, Bob Geldolf, Nick Kershaw, George Michael, David Bowie, Boy George, Paul McCartney, entre várias outras, são daquelas que ficam para sempre e imortalizadas num dos maiores espectáculos de beneficência que já foi feito, o Live Aid. Esta música já foi cantada por outras personalidades, mas esta é a versão original, é a versão que conta para mim.

#8 – “Santa Claus is Coming to Town“, Mariah Carey (Vasco Wilton)

Atenção, o Pai Natal está a chegar! É basicamente este o conceito desta música. Não é a versão original, claro que não, mas é das mais famosas e arrisco a dizer que é esta que passa em qualquer centro comercial do Mundo, na época natalícia, ou não estivéssemos nós na presença da ‘Mãe Natal’ Mariah Carey. E eu chamo-lhe ‘Mãe Natal’ porque a cantora americana tem imensos êxitos relacionados com esta época.

Esta canção foi escrita em 1934, e já foi cantada por mais de 100 artistas internacionais, com algumas das versões a serem interpretadas noutra língua que não o inglês. É portanto, um autêntico clássico de Natal.

#9 – “Fairytale Of New York”, The Pogues (Bruno Custódio)

Fairytale Of New York é, possivelmente, a música de Natal menos natalícia de sempre. Mais propícia a ser tocada num ambiente pub do que num ambiente egrégio, este conto de fadas conseguiu, ao longo dos anos, carregar tantas polémicas como o Pai Natal consegue carregar presentes.

Esta música não abre com sinos a tocar e não tem versos sobre azevinhos ou prendas na árvore. Muito pelo contrário, temos a história de um homem que passa a véspera de Natal na prisão depois de ter sido detido por desacatos e por excesso de álcool no sangue. Pelo meio, os versos de desamor, uma discussão e o uso de palavras que colocam os dois protagonistas fora da lista do Pai Natal? Mas a ausência da lista de meninos bem comportados do Pai Natal faz diferença? Claro que não, ou não estivessem eles em listas bem melhores, encabeçando muitas delas que a elegem como a melhor música de Natal de sempre.

Fairytale Of New York tem uma musicalidade muito irlandesa, nacionalidade dos Pogues, adoptando aqui os sons tradicionais desse país. Como não adopta a melodia tradicional de Natal, esta é uma música que podia muito bem ser tocada nas rádios o ano inteiro.

Então o que a torna, para mim, uma presença obrigatória na derradeira playlist de Natal? A sua fuga ao mainstream, por todos os critérios que referi acima, acompanhada daquele maravilhoso piano que nos transporta pelos 4 minutos de música, que nos entram rapidamente pelo ouvido e se instala sem pedir licença na cabeça. Mas não nos importamos, porque esta é uma música que é sempre bem vinda e, para mim, é sempre aquela mais esperada de ouvir na rádio nesta época. Sendo eu, um adepto do que é outside of the box, faço parte de todos aqueles que a elegem como a música número 1 de Natal.

Fosse esta playlist editada em cd, esta seria a faixa escondida, o main event, o grand finale, o fogo de artificio que fecha a festa. Ok, ok, já parei. Oiçam a música e vejam por vocês mesmos.

#10 – “É Natal, Everybody”, Rádio Comercial (Bruno Custódio)

Esta música representa um lote mais descartável dentro da oferta de músicas de Natal, as músicas de Natal das estações de rádio. São músicas de qualidade e, por norma, são “sobrepostas” em músicas que tiveram sucesso ao longo do ano que passou. A sua duração não passa além do ano em que é apresentada, sendo substituída em Dezembro do ano seguinte por outra música.

Embora a tenha apresentado com uma conotação mais negativa, estas músicas não deixam de ter a sua qualidade e de serem boas. Estas têm evoluído ao longo dos anos e, em casos mais recentes, conseguem mesmo contar-nos histórias e dar a conhecer aos mais distraídos a história por trás do Natal e do nascimento de Jesus. Ao ritmo contagiante e ao lado educativo, associam-se ainda o humor e os votos de Feliz Natal, tudo feito de uma forma original.

Escolhi É Natal, Everybody porque transmite e bem os factores todos que mencionei atrás e nos diverte. Os artistas podem não ser tão bons quanto um George Michael ou uma Mariah Carey, mas cumprem na perfeição a tarefa de nos entreter, divertindo-nos e apresentando uma melodia que fica depressa no ouvido. Uma história de Natal cantada e não contada.

As músicas de Natal da rádio devem ser levadas a sério e estar presentes numa derradeira lista de Natal? Sim! Ainda não estamos a ouvir a All I Want For Christmas e já a caixa de mensagens dos locutores das rádios estão inundadas de mensagens a perguntar pela música de Natal. E tudo aquilo que referi em cima, explica porquê.

#11 – “Christmas Lights”, Coldplay (Margarida Gaspar)

“Christmas Lights” dos Coldplay por ser a minha banda preferida e porque é uma música de esperança representada pela luz. Luz essa que vem das iluminações das ruas nesta época. Já que o inverno é uma estação tão tristonha, escura e fria, que haja sempre Natal para encher as ruas de luz, cor e magia que nos aquece a alma e o coração.

#12 – “Driving Home for Christmas”, Chris Rea (Margarida Gaspar)

“Driving Home for Christmas” é um clássico que não pode faltar no meu Natal. Sempre que a oiço imagino as milhares de pessoas no mundo que por estes dias fazem longas ou curtas viagens para estar junto de quem mais amam. E imagino-as felizes, a conduzir com um sorriso no rosto e a cantarolar. Feliz Natal!

#13 – “Underneath the Tree”, Kelly Clarkson (Gonçalo Dias)

Nenhuma outra canção neste milénio representa, a meu ver, tão bem o Natal quanto o cartão-de-visita do álbum festivo de Kelly Clarkson. É um êxito pop tanto quanto a época festiva possibilita, e um dos maiores clássicos contemporâneos com que fomos agraciados.

#14 – “It’s The Most Wonderful Time Of The Year”, Andy Williams (Gonçalo Dias)

Quando penso em clássicos da quadra, é este tema que me vem logo à cabeça. Está ancorado na melhor tradição festiva e é como aquela caneca de chocolate quente infalível que nos aquece sempre o estômago e o coração, Natal após Natal, já há 65 anos. Que a sua magia perdure por muitos mais.

#15 – “All I want for Christmas is you”, Mariah Carey (Viriato Queiroga)

Ao pensar em assuntos natalícios e questões similares, poucas músicas representam melhor a corrente época do que esta música da Mariah Carey. Já experimentaram ir a um qualquer centro comercial sem a ouvir? Eu também não. Há toda uma magia. Uma magia de apropriação socioeconómica que vos incentiva a pensar nos vossos entes queridos… E a consumir. Mariah Carey dá-vos o mote. O vermelho natalício faz o resto!

#16 – “Let it snow”, Frank Sinatra (Viriato Queiroga)

Tenho um enorme enviesamento. A obsessão pelos clássicos que, realmente, marcam a minha vivência no âmbito permanente (eu escreveria “natalício”, mas a bondade deveria estar presente todo o ano). Eu poderia falar desta música mas, na realidade, eu percebo mais de Física Quântica do que Música. Portanto, enquanto fogem daquele tio chato que quer falar sobre as suas experiências no Ultramar, ou da avó que vos deixa as bochechas com marcas de unhas durante 3 ou 4 dias, oiçam a mesma e ignorem todas estas idiossincrasias familiares. Pensem naquilo que realmente importa: vocês vão acabar o dia com mais 3kg, colesterol de fazer inveja ao Kim Jong-un e prendas! Isso, e que, talvez, apesar de não haver paciência para as parvoíces de alguns dos vossos familiares, no fundo, a beleza da queda da neve vos relembra de que gostam muito desta época.

E assim se foi criando a derradeira playlist de Natal. O Ideias e Opiniões deseja a todos os seus leitores um Feliz Natal, na companhia daqueles que amam mais. Afinal de contas, o Natal sem amor não é nada.

Feliz Natal!