As novidades do Salão de Genebra (e não só)…

Seja bem vindo caro Leitor.

Sou o Gonçalo Viegas e serei responsável por trazer as noticias mais quentes da industria automóvel e motociclística. Terá a acesso a informação essencial sobre todo e qualquer domínio motorizado, abrangendo noticias importantes sobre lançamentos, nova legislação, etc.

O mês de Março é sempre um mês especial na industria automóvel, pois é aquele em que as maiores marcas estão representadas no Geneva International MotorShow. Entre o dia 5 e o 15, marcas como a Lotus, McLaren, Renault, Ferrari, Ford, etc, mostram pela primeira vez as suas apostas para os anos que advêm. No entanto não é só neste evento que as novidades aparecem e aos poucos os rumores vão sendo confirmados, (ou não).

Recentemente a Aston Martin tem adotado uma filosofia, que não vai de encontro à inovação tecnológica, num sentido de criar carros mais amigos do ambiente, pondo de parte (não na sua totalidade uma vez que já foi anunciado um futuro Crossover elétrico) os motores híbridos/elétricos com menores consumos. A marca britânica tem apostado em carros com maiores consumos, mais desportivos, isto é, com uma componente histórica bastante forte. Ainda assim, há exceções à regra e o Lagonda é a nova berlina de luxo. Inicialmente era para ser lançado no Médio Oriente, mas parece que os planos foram alterados e a sua comercialização irá ser feita, também , na Europa. A produção é limitada a 200 unidades. Ainda assim, a marca fundada em plena cidade de Londres (1913) apostou também na performance com a instalação de um motor V12 de 6 Litros, capazes de atingir uns “meros” 281km/h. Além de o Lagonda Taraf ser uma obra de arte luxuosa (com acabamentos de madeira maciça e um interior forrado a pele da mais alta qualidade), também possui um carroçaria em fibra de carbono, o que o torna mais leves.

Nem tudo é boas noticias. A Bugatti já veio confirmar o fim da linha Veyron. Considerado como carro de produção mais rápido do mundo, até ser batido pelo Venon GT da Hennessey, o Veyron conquistou uma grande legião de fãs. A marca francesa conseguiu colocar 1001 cv no primeiro Veyron. É uma tarefa bastante trabalhosa uma vez que é difícil transmitir a potência produzida e direciona-la para a rodas. Fazendo as contas o motor do Veyron tem 3003 cv, sendo apenas 1/3 direcionado para o piso. Tal acontece, maioritariamente, derivado à perda de energia através do calor. “La Finale” é o último dos Veyron, com 1200 cv e um top speed de 410km/h. Os esquema de cores é invertido, quando comparado com o primeiro Veyron lançado para o mercado, predominantemente vermelho com preto nos detalhes. A base é de o Veyron Grand Sport Vitesse, com um motor W16 de 8 Litros produzindo um binário de 1500 Nm e uma aceleração dos 0-100 km/h em 2,6 segundos. Com o fim da linha, a Bugatti já está de olhos no sucessor, que se poderá chamar Chiron, que será apresentado no Salão de Frankfurt em Setembro de 2015.

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A Porsche lança mais um 911 GT3! Denominado de 911 GT3 RS é uma versão melhorada. Mais agressivo que o seu antecessor e com um motor atmosférico de 4 litros (a versão não RS tinha 3.8 litros) acrescenta mais 25 cv. Esta versão premium é mais leve, com uma redução de peso a rondar os 10 kg, totalizando 1420 kg. Nos testes o 911 GT3 RS chega aos 100km/h em “apenas” 3,3 segundos e dos 0-200 em 10,9 segundos. Em termos de velocidade máxima alcançada, a Porsche conseguiu colocar o seu 911 a atingir os 322km/h, representado uma melhoria de 7km/h. Mas a marca de Estugarda não se fica por aqui: retirou a transmissão manual e instalou uma transmissão sequencial de dupla embraiagem, de 7 velocidades. A tração ficou inalterado com a potência do motor a ser transmitida para as rodas traseiras. Esta versão melhorada custará 230 000€, mais 50 000€ que o normal 911 GT3.

Mas a Porsche não é a única que faz versões premium. A Lamborghini faz o mesmo, e desta vez o “carro base” é o Aventador. A sigla que representa uma melhoria, por vezes extrema, na qualidade, é denominada de SV: SuperVeloce. O Lamborghini Aventador LP 750-4 SuperVeloce é caraterizado por ter 750 cv (mais 50 cv que o Aventador) num V12 atmosférico de 6.5 litros. É uma versão 50 kg mais leve (totalizando 1525 kg), graças à substituição de materiais mais leves e mais resistentes, como é o caso da fibra de carbono. As diferenças na aceleração são mínimas e muito pouco salientes, com uma melhoria de apenas 0,1 segundo (0-100km/h em 2,8 segundos). Até na velocidade máxima a marca italiana conseguiu colocar o Aventador nuns impressionantes 350km/h.

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Mas esta versão não é somente feita de melhorias mecânicas. Em termos estéticos a Lamborghini adicionou uma asa traseira fixa (a asa original é móvel e varia em função da velocidade), quatro saídas de escape e jantes raiadas a preto. O painel de instrumentos e as bacquets foram redesenhados. O valor desta versão é um pouco mais barato que o Porsche 911 GT3 RS: 327 000€, sem impostos.

Koenigsegg: a marca sueca que produz os carros que o comum mortal apenas pode ter em sonhos. O mais recente projeto da marca é o Regera (rei). Impulsionado por um motor V8 de 5 litros de 1100 cv. Além disto ainda existe 3 motores elétricos (2 deles junto aos pneus e um terceiro no lugar da transmissão), em que no total produziria 1850 cv. No entanto esta informação ainda não foi confirmada, mas o conjunto dos motores tem mais cavalagem que o seu inimigo: Bugatti Veyron. Em termos de peso o Regera é bastante leve: 1420 kg. O mesmo não acontece com o seu preço, que apesar de ainda não estar anunciado, estima-se que esteja a custar perto de 2 000 000€. É um carro de produção limitada (80 unidades), logo o preço tem que ser bastante grande de forma a ser economicamente viável, uma vez que o seu desenvolvimento e produção é bastante dispendioso. Para já a marca comunica que já estão reservados 5 carros.

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Apesar de toda a excentricidade e capacidade mecânica que os supercarros possuem, o principal problema dos condutores é manter um limite de velocidade. E é neste campo que a Ford tem uma palavra a dizer. A marca que produziu o modelo T sempre apostou na inovação. A mais recente novidade é o Limitador Inteligente de Velocidade. A ideia é bastante simples: evitar que os condutores excedam a velocidade, quer nas estradas nacionais, quer nas vias estrangeiras. Além disso a velocidade máxima permitida varia em função da estrada em questão, estando uma das principais falhas/problemas da tecnologia resolvidos. O sistema recorre a uma câmara montada no para-brisas que analisa os sinais de transito e é ativado pelo condutor. A limitação da velocidade não recorrer aos travões. Neste caso, a tecnologia da Ford controla o binário ajustando eletronicamente a injeção de combustível necessária para o abrandamento. O sistema é ativado no volante e pode ser descativado no pedal do acelerador. Assim a marca consegue que os condutores ponham algum dinheiro na carteira, assim como evitar problemas de maior importância/acidentes.

Mas a industria automóvel apenas não se restringe a modelos lançados e tecnologias produzidas. Existe algo mais…A União Europeia aprovou recentemente a instalação de dispositivos automáticos de chamadas de emergência, também denominados de eCall, nos veículos produzidos a partir de 2018. O dispositivo em questão permite uma atuação mais rápida por parte dos serviços de urgência, assim como pretende diminuir o número de mortos nas estradas europeias. Em caso de acidente, o sistema envia um sinal para o número europeu de emergência (112). No entanto, a privacidade não é posta em causa uma vez que os veículos não vão ser localizados e dados anteriores referentes ao veiculo serão apagados, com o consentimento do proprietário.

Por fim apresento algo inovador. Este projeto é o exemplo perfeito de quão longe o Homem pode ir, se cooperar consigo mesmo. Todos nós já ouvimos falar de projetos megalómanos (clássicos ou contemporâneos), mas o plano é único e pioneiro em todos os sentidos. A Russian Railways apresentou uma ideia até então nunca realizada: ligar a Europa (Londres) até aos Estados Unidos (Nova Iorque), através de uma autoestrada, de escala mundial. Para tal, é necessário criar novas estradas e melhorar as existentes, juntando a necessidade de contruir novas condutas de gás/petróleo, por todo o continente europeu, asiático e americano. Para além dos obstáculos geográficos (como é o caso do estreito de Bering) e importante não esquecer os obstáculos políticos, económicos e civilizacionais de todas as nações/empresas envolventes. É um projeto que requer uma colaboração nunca antes exigida. As consequências são inúmeras: novas cidades, postos de trabalho, etc. Resta saber se a diferença consegue ser suprimida e se este sonho vai para a frente

Boas aceleradelas!
Voltarei no próximo mês com mais novidades…mas até lá não deixe o seu motor ir abaixo!