Baía é burro, ponto

As eleições estão aí. E para variar, existem mais candidatos do que o actual presidente. Ou assim parece, porque depois de ver José Fernando Rio a assinar por baixo, durante anos, as decisões que levaram o clube para o precipício financeiro, esta candidatura só pode fazer rir os portistas, e mais não digo.

A verdade é que nenhuma das candidaturas contra o estado das coisas é para levar a sério. Os homens com nome e capacidade para formarem reais alternativas esconderam-se, e provam que não têm o que é preciso para algum dia assumirem o clube, pois não partilham um valor essencial do mesmo, coragem. O que, dado o actual estado do clube, não é preocupante, é mesmo um descalabro.

No entanto, houve um deles que ultrapassou todos os limites, Vítor Baía. Antes de me insultarem, deixem-me dizer-vos que sou fã do jogador, acho que foi, com muita distância, o melhor guarda-redes da história do nosso futebol. Apesar de felino nas manchas que fazia, dos reflexos como poucos, a característica que mais elogiava era a inteligência com que dominava toda a sua área nas saídas aos cruzamentos, parâmetro que marca a diferença entre o bom do grande guarda redes.

Por isso, foi com grande estupefacção que o vi a ser tão… burro.

Esta era a altura, para quem tanto falou mal, e bem, da direcção, de se chegar à frente. Mesmo que não ganhasse, marcava a sua posição para um futuro, que infelizmente, será próximo.

Já o tinha sido quando aceitou um lugar de director em que pouco mexia, saiu, e bem, mostrando coragem. Mas ao que parece, o brilho de mais um tacho encadeou-o. A questão é que, mesmo por esse prisma, o homem foi burro, porque agora, em vez de ser visto como uma oposição racional à actual direcção, uma voz certa, será identificado como um dos coveiros do clube. Com o seu aval a esta gente, ele suja assim o nome. E o mais caricato é que, mesmo que quisesse tacho, daqui a um curto espaço de tempo ele podia voltar ao clube pela porta grande. Como o homem que viu e avisou os portistas do que se estava a passar.

Porque o Porto vai passar mal. Não há a mínima dúvida disso. Os números são aterradores. E agora, Baía, com esta decisão, deixa de ser uma alternativa para o futuro. Tudo por causa de um tachito de curto prazo. Esperava mais dele. Mas é assim com os ídolos, por vezes eles têm pés de barro.