Bela

I

Foste, és e serás

Bonita, por dentro e por fora,

Atenta no mundo em que estás,

Ao amor quando te põe à prova.

 

Mulher de muito talento,

Talento que eu daqui aplaudo,

Tal e qual o meu quando tento

Em verso escrever-te o que falo.

 

Quem dera eu à tua beira,

Poder dizer-te a sorrir,

Toma um beijo que é a primeira

Coisa a dar-te antes de curtir.

 

II

Peixinha, eu de coração,

Te digo que o que se aproveita,

É seres bonita como são

Os campos prontos prá colheita.

 

Bonita e de ar sereno,

Angelical e delicado,

Num corpo que embora pequeno,

Não é nem estreito nem largo.

 

És duma elegância que aprovo,

Merecedora de atenção,

Que faz de mim um ser mais novo,

Do que um nascido após o verão.

 

III

Andaluza de pele morena,

Rosto pelo sol abonado,

A pele macia a dar pena,

De a não ver, senão em retrato.

 

Andaluza, contudo, do Norte,

Na encosta da serra nascida,

A jusante do rio cuja fonte,

É donde vem água dar-nos vida.

 

Andaluz, mulher do Norte,

Que a tudo e todos resiste,

Mulher a quem o frio faz forte,

É caso raro, contudo, existe.

 

FIM