Chove poesia em mim

Chove poesia em mim.

Poesia. Arte capacitada de produzir obras em verso. Um género poético. Inspirado. Maduro. Ser poesia é saborear cada segundo da vida. Não importam as rimas. As flores têm cor. A poesia é leve como o erguer do sol. Um sopro de calor na alma. Pedaços prazenteiros. Porções entrelaçadas. Em lugares úteis. Quando observados os pássaros. É a certeza da incerteza.

  • Ser poesia é ser Fernando Pessoa. Ser poesia é ser Florbela Espanca. Ser poesia é ser Jorge Luís Borges. Ser poesia é ser Mário de Sá-Carneiro. Ser poesia é ser gente com gentes dentro.

A poesia é um grito silencioso. Uma quietude contada. A poesia é uma habilidade verbalizada por todos os seres. É a real permissão de uma linguagem universal. É uma viagem sem sair do lugar. Aos cantos mais impressionantes. Ao Plitvice Lakes National Park. O The Great Barrier Reef. Ou o irrepreensível Blue Lagoon Hot Springs.

Poema. A rara prosa. Mas não impossível. Frases que emocionam. Frases que colam a sensibilidade. Frases que sugerem emoções. A obrigatoriedade do EU.

  • Declaremos de amor. Digamos que destapamos todos os sonhos. De gosto, ou entusiasmo do mundo. Digamos que dormimos juntos. Esta é a nossa casa. Pensamentos de pedras cadentes e decadentes. A atenção à porta das janelas altas. Esta é a nossa casa. A morte de nós mesmos. Falemos de amor como quem fala de consciências. És tu o meu sorriso que encantas e cantas. Que dás de comer, de desejos. E que une o vento ao espírito. Refaz a existência e sopra baixinho.
  • Começa o tempo onde a minha boca se revoga na tua. Beijo o teu sexo fecundo, inventivo. Junto ao flanco da madrugada fria. Semelhante à minha voz atravessada com a tua.
  • Abraço em ti a vida enorme. E em cada aperto. Morro contigo.

Não existe ninguém que mesmo sem a absoluta arte cultural, não se firme poeta quando o sentimento íntimo toma conta dele. Como diz William Shakespeare; “O louco, o amoroso e o poeta estão rodeados de imaginação.”

  • Sabes que te amo para sempre. E sempre. É um modo de vida. Não precisas de saber nada. Ou mais nada. As palavras são a calma de uma frase por proferir. Por terminar. Por tudo. Como um fogo frio. Que não queima. Mas mata.  Amo-te para me encontrar. Ou reencontrar. O falhanço de tudo. O meu. O infinito. Amo-te. Duas vidas que se querem neutras. A minha e a tua. É por isso que te amo. A liberdade de não dizer absolutamente nada. Mais uma vez. Como um dia mortal. Que cai um após o outro. Um sentimento alheio que finda e ninguém fala.

Chove poesia em mim.