Perdi a conta, as romarias que fiz à papelaria, Austrália assim se chamava, daquelas bem antigas.
Quando se entrava, sentia-se o cheiro dos livros e dos cadernos por estrear, o rádio sempre sintonizado na Rádio Renascença e um sino na porta que dava conhecimento da nossa chegada!
Era lá, foi lá, que dei “camaço” de não sei quantos contos de rei!
A razão era simples, cromos, de todas as colecções, Europeus, Mundiais, Dartacão, Abelha Maia, da Novela do Roque Santeiro e até dos Mamonas Assassinas!
Comecei tantas, confesso, só acabei uma! A do euro 92, na Suécia, da Squadra Azzurra de Zenga, Baresi, Costacurta, Zola, Baggio entre outros!
Lembro-me bem, de pedir à Sra. da papelaria para ser eu a escolher, na minha mais que perfeita inocência, como se isso me ditasse a sorte!
A emoção que era abrir uma saqueta de cromos, e a desilusão que era quando saiam repetidos…
Não faz mal, pensava eu, pensamos nós todos, serve sempre para trocar, servia sim, no recreio, entre uma trinca no pão com tulicreme e um trago no leite chocolatado, regateávamos.
“Troco este por dois!” ….”Ahahah, és maluco, nem pensar!” Ouvia-se!
Se o negócio fosse bem feito, trocavam-se mesmo os cromos por carros de brincar!
Os cromos foram durante muito tempo, a nossa moeda, a moeda da pequenada dos 80/90.
E a emoção que sentíamos quando os colávamos, lembram-se?
O cuidado, como se, com régua e esquadro o fizéssemos, não, não podia ficar torto, era impensável, só porque sim!
Podíamos ser irresponsáveis em tudo o resto, mas não com os nossos cromos e muito menos com a nossa caderneta.
As horas que passamos sem que nos déssemos conta…Era bom, bom demais, não posso, sei que não posso, voltar a sentir o cheiro dos livros e cadernos da Papelaria Austrália, para poder comprar os meus cromos, e com eles os meus sonhos.
Não se esqueçam de recordar e sonhar, porque a vida é feita de sonhos!
N.R.: Este autor escreve em Português, Língua de Camões, Pessoa, entre outros ! Isto é um facto e não um fato! Por isso não escreve segundo o novo acordo ortográfico!
Adoravaaaaaaaaaaaaaaaa cadernetas de cromos :p Só terminei 1…a do Roque Santeiro 😀 Para quando uma crónicazinha de novelas? 😀 eu posso patrocinar as bandas sonoras ehehhehe