Deutsche Bank: O elefante na loja de porcelanas

“Deutsche Bank é o banco com maior risco sistémico do mundo, segundo o FMI”. Uma manchete destas faz qualquer pessoa dever (re)pensar quanto aos seu dinheiro aplicado neste e noutros bancos privados, espalhados pelo mundo fora.

O risco sistémico do Deutsche Bank, fora da Alemanha, é ainda maior face ao risco verificado no seu próprio país. Após ter chumbado os testes de stress nos Estados Unidos da América (EUA), o banco alemão está em stress. Atingiu 7 mil milhões de euros em prejuízos, e a sua dívida supera os PIB’s de algumas economias mundiais fortíssimas, como os EUA. 

Se o Deutsche Bank falir, leva atrás de si (quase) todo o sistema bancário mundial, pois as ligações interbancárias são altamente interdependentes, nomeadamente do financiamento fornecido pelos maiores bancos, como o Deutsche se assume. De resto, os maiores bancos em Itália estão em risco de ser resgatados por Roma, enquanto que outros bancos suíços (pasme-se, suíços!) vivem dias de aflição, perante as viagens do dinheiro de investidores e milionários que preferem outras paragens para albergar as suas fortunas pessoais, longe dos olhares indiscretos das autoridades.

Os bancos portugueses também não estão a salvo: segundo o FMI, numa previsão divulgada nesta Terça-feira que passou, o sistema bancário português não está com boa boa saúde, e representa, ex-aequo com os bancos italianos, um risco sistémico para  a economia mundial.

Desta forma, resta ver quem pagará a factura destes maus resultados da banca, nomeadamente em Portugal: se os cidadãos de novo, ou se antes os bancos irão mesmo falir por si só, ou até liquidados, tal como António Costa prometeu fazer com o Novo Banco. Para mim, é ver para crer…