Stand Águeda Smart City

Green Business Week

Dentro do panorama português é bastante difícil encontrar feiras regulares e abrangentes que sejam dedicadas às energias renováveis, à inovação dita/apelidada “verde”, aos serviços e às políticas ambientais e o motivo prende-se não com o facto de não existir vontade, vide a Greenfest Cascais que tem outro conceito, mas porque o sector empresarial em Portugal neste campo foi completamente arrasado por este governo. Pois a destruição brutal a que se assistiu a economia nos últimos três anos levaram à falência mais de 80% das empresas que atuavam neste sector!!!

E sim o problema que foi criado por este governo que enterrou de forma definitiva qualquer sector económico com cariz ambiental que nós pudéssemos ter e o mesmo se aplica a qualquer atratividade que este sector tivesse para atrair investimento, aliás a grande maioria das feiras baseia-se nesse conceito, ou seja, há negócio e por isso pode haver estabelecimento de parcerias e compensa estar representado mesmo com um stand pequeno numa feira deste tipo. E dou-vos alguns exemplos onde o mercado é mais pequeno que o nosso, como Angola, e na qual a FIL – Angola, promove desde à cinco anos para cá, a AmbienteAngola e/ou onde o mercado sofreu também alguma depressão como em Espanha, mas que desde 1997 (ou seja já vai na sua 18.ª Edição) que a GENERA se realiza bem como a TECMA – que se realiza de dois em dois anos – e que já vai na sua quarta edição, e se quisermos ir a um âmbito mais regional – que é para não dizerem que estou a comparar uma economia que cinco vezes mais consumidores que a nossa – a Feria de la Ciencia de Sevilla que está fortemente ancorada desde o inicio no sector renovável e das políticas ambientais andaluz já vai na sua 13.ª Edição – a Andaluzia relembro tem cerca de menos de cinco mil quilómetros quadrados que nós e menos dois milhões de habitantes – é que a diferença não é só no facto de o sector ser pequeno, mas no facto de ter-mos um governo hostil e quando não o é, declaradamente apologista do greenwashing político em relação a estes sectores.

Vista greal da Green Business Week e dos stands das três feiras que a compunham: SmartCitiesLive; EnergyLiveExpo; AcquaLiveExpo.
Vista geral da Green Business Week e dos stands das três feiras que a compunham: SmartCitiesLive; EnergyLiveExpo; AcquaLiveExpo.

Mas o mercado mesmo que timidamente e com mais ou menos greenwashing move-se, e sendo assim promoveu a FIL três feiras num espaço relativamente pequeno – no Pavilhão Rio da Junqueira, e mesmo assim apenas e só numa nave no espaço da antiga FIL da Junqueira próximo de Alcântara – a SmartCitiesLive – Feira/espaço que reúne players e stakeholders com o objetivo de melhorar a performance das cidades – a EnergyLiveExpo – Feira de energias renováveis, eficiência energética, mobilidade elétrica e serviços – e a AcquaLiveExpo – Feira de água, resíduos e ambiente.

As feiras da Green Business Week

Realizaram-se durante três dias, e tiveram mais de cinquenta pavilhões, mas os expositores reais eram cerca de quarenta e picos, pois o Ministério respetivo ocupou bastante espaço na sua ânsia de demonstrar que agora, cerca de três anos depois e da falência do 80% das empresas do sector, está a fazer alguma coisa por este sector.

Pentágolo do Crescimento Verde na Green Business Week
Pentágolo do Crescimento Verde do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, na Green Business Week

Falemos então desta participação, o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, criou no inicio das feiras – chamarei assim no plural pois foram três feiras e não uma que se realizaram – uma estrutura chamada de Pentágono para o Crescimento Verde, neste promoveu-se no decurso dos três dias em que decorreram as feiras, 55 conferencias, destas menos de metade corresponderam a reais empresas e projetos inovadores – entre eles o Ecobook projeto que tive a oportunidade de financiar na sua campanha de crowdfunding – promovidos pela sociedade civil – cooperativas, IPSS, Universidades e Associações – pois as restantes eram para o Ministério se gabar de como era tão bom a usar o dinheiro da União Europeia para manter e levar a cabo determinados projetos que era sua obrigação manter com recurso ao Orçamento do Estado. A coisa correu tão bem, que eu que assisti a pelo menos cinco dessas conferências e era a par com mais dois ou três gatos pingados um dos poucos assistentes!!!

No Auditório, o Ministro da pasta, arranjou tempo para ser o totalista nos três dias de conferências que por lá se realizaram e num dos dias – o primeiro – foi lá de manhã e de tarde – por acaso gostava de saber o que é que faz o Ministro quando não está a publicitar as suas grandes obras talvez arranje tempo no entremeio para de facto as realizar – e que pobreza franciscana se revestiram as predicas do respetivo titular, mas em fim, lá diz o ditado que cada um tem o que merece, nós só temos infelizmente o que elegemos!!! Neste espaço realizaram-se duas interessantes conferências, a “Apresentação do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR)” de que vos falarei na próxima crónica e a “Conferência Aqualive/Eficiência Hídrica: A Água e a Economia Circular” e foram interessantes porque não só não contaram com a presença do Ministro – que felizmente nos poupou à sua presença por breves horas – mas porque foram esclarecedoras. A primeira deu para tirar duvidas e tudo, a segunda a grande maioria das intervenções foram muito interessantes e os oradores eram pessoas que se viam que percebiam do assunto, deste modo não as considerei tempo perdido.

Em relação aos stands destaco o de Águeda Smart City – eis um projeto de que vos falarei de forma detalhada numa crónica mais à frente – que não só fazia uma promoção da atração cultural e turística do concelho de Águeda com a doçaria e as paisagens patente em várias fotografias que poderíamos tirar no local, como apresentava de forma muito simpática todas as aplicações que desenvolveu para envolver a comunidade bem como o projeto de mobilidade cíclico beÁgueda. De destacar que a grande maioria dos projetos apresentados e usados no desenvolvimento do stand, que apresentaram nestas feiras bem como de todo o projeto Águeda Smart City – são locais e que foi construído para ter uma reutilização para outros eventos.

Pavilhão
Montagem de quatro fotos do stand Águeda Smart City

Os restantes expositores apostaram numa versão institucional ou mais simples, existindo alguns stands de carros elétricos e híbridos, muitos de revistas da especialidade e destaco de entre os stands mais simples um que apresentava um projeto verdadeiramente interessante sob a marca hauskool e que vale por si, sendo a prova como é que com produtos simples podemos implementar e gizar uma ideia verdadeiramente inovadora e ecológica.