Kitt, venha-me buscar!

Quem se lembra desta frase? Vá, não se riam, porque vocês também a disseram!
Eu dizia-a, enquanto apertava todos os botões do meu relógio Casio!

Knight Rider, o Justiceiro (versão original) entrou pelas nossas televisões na década de 80 pela mão da RTP, e na versão dobrada em brasileiro nos anos 90 pela TVI.

Como gostava de ver aquela serie, e como gostava daquele carro…
Preto, elegante, à prova de bala, de pneus autoinsufláveis e aquela luz vermelha que deslizava de um lado para o outro, com inteligência artificial que fazia com que o Kitt falasse, lá na minha rua diziam que tinham enfiado um homem no capot para que parecesse ser o carro falar, nunca acreditei em tal coisa!

De repente tudo me servia para Kitt, o sofá era o meu Kitt, a banheira era o meu Kitt, a minha bicicleta Vilar era o meu Kitt!

As aventuras e lutas do Michael Knight (David Hasselhof) o eterno justiceiro, salvava os inocentes, os fracos e oprimidos…sempre quis, quis tanto ser um Justiceiro, mas a minha velha Vilar não ia muito longe e tão pouco me dirigia a palavra!

Vivi, todas as aventuras do Kitt, entre um pão com tulicreme e um copo de leite com Nesquick, vibrei… com cada voo infinito em turbo boost, com cada piada irónica, com cada combate.

Não, nunca perdi um episódio, era impensável, lembro-me de ter feito todas as colecções que existiram, e sempre que ouvia a música de abertura, o meu mundo parava!

As minhas brincadeiras, a partir daí nunca mais foram iguais, fiz perseguições…a galinhas…travei combates contra arbustos…salvei os meus bonecos de acção!

No meu pequeno mundo, no meu imaginário, eu fui um Michael Knight, e sim, por momentos eu também tinha um Kitt.

Não se esqueçam de recordar e sonhar porque a vida é feita de sonhos.

N.R.: Este autor escreve em Português, Língua de Camões, Pessoa, entre outros ! Isto é um facto e não um fato! Por isso não escreve segundo o novo acordo ortográfico!