Ler ou não ler, eis a questão

Citando Joseph Brodsky, Prémio Nobel da Literatura em 1987 : ” É bom lermos tudo de alguma coisa, e alguma coisa de tudo”, inicio o último capitulo sobre os livros de autoajuda. Ao longo das últimas semanas escrevi alguns tópicos interessantes sobre este género de livros: A Lei da atração, o Efeito Placebo, Auto-sabotagem, Fragmentação da mente, Sanidade mental e ainda elementos negativos dos livros de autoajuda. Para finalizar este tema, baseado numa pesquisa interativa que realizei em grupos de leitura nas redes sociais, cujo feedback tão positivo originou estas crónicas com vários subtemas interligados, proponho então uma análise aos aspetos positivos dos livros de autoajuda.

Para uma leitura mais simplificada enumero por itens os aspetos positivos:

  • Aprendemos a importância da resiliência ( imprescindível nos dias pandémicos que vivemos ).
  • Fontes de Sabedoria.
  • Ativam o nosso foco.
  • Regem-se pelo princípio básico da vida: Gostar de nós próprios.
  • Trazem paz à alma.
  • Funcionam como uma espécie de bálsamo mental.
  • Obtém-se conhecimento.
  • Aprendemos a efetuar pequenas alterações quotidianas que provocam mudanças na nossa vida.
  • Ajudam a ver o mundo com mais empatia e humildade.
  • São um apoio em casos clínicos de depressão e ansiedade.
  • Aprendemos a importância da perseverança e de seguir em frente.
  • Auxílio na obtenção de uma visão mais clara da realidade.
  • Compreender que a felicidade não pode ser terceirizada.
  • Suporte no processo de luto.
  • Estimulam o leitor a olhar para dentro.
  • Leituras leves, agradáveis, inspiradoras e motivacionais.
  • Ajudam a organizar-nos internamente.
  • Auxiliam no suporte dos processos emocionais: Mágoas, dependências, culpas, situações de bullying, complexos de inferioridade, baixa auto estima, frustrações e deceções com o objetivo de nos libertar.
  • Relembram as coisas básicas que precisamos para viver bem e em paz interior.
  • Psicologia prática com técnicas nas várias vertentes.
  • Aprendemos e eleger prioridades.
  • A gerir o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
  • Usar a gratidão.
  • Dicas úteis para lidar com as pressões do dia a dia.
  • Ensinam que todo o caminho é aprendizagem.
  • Ajudam na identificação de neuroses e problemas comportamentais originados pelas nossas vivências da infância e que se refletem na vida adulta.
  • Refletir na importância do amor-próprio.
  • Ajudam a encontrar um sentido e propósito de vida.
  • Aprendemos a ser indivíduos mais assertivos, melhores ouvintes e mais observadores.
  • A explorar os nossos relacionamentos afetivos com vista a melhorar ou a findar.

Podemos desconstruir alguns destes fatos mas a verdade é que não são fictícios pois enquadram-se na perspetiva de vida de cada leitor, consoante a sua visão do mundo e aquilo que ele procura naquele momento. A conotação dos livros de autoajuda pode não ser a mais favorável no que toca à literatura, críticas como “mais do mesmo” e “informações rasas” já todos ouvimos alguém dizer, mas os livros desta temática ajudam de alguma forma sempre, nem que seja aquela frase naquele momento, o parágrafo que lemos naquele dia menos bom, a citação do autor que nos fez sacudir por dentro, os conselhos finais que nos traz leveza, a biografia do escritor que nos motiva a fazer algo, enfim, tudo o que seja necessário para dar continuidade ao nosso caminho, o caminho que só nós próprios podemos percorrer.

Não há absolutamente nada de errado em não sermos felizes o tempo todo, não há mal nenhum em não nos sentirmos bem de vez em quando, combinado leitores?