Malditos buracos!

É só buracos! Por onde quer que eu ande, aparece sempre algum. E não se desvia. Por mais que me tente desviar, eles teimam em aparecer. Estes parecem pega-monstros que agarram e não descolam.

Um pouco mais à frente da minha casa, tropeço sempre num. O maldito do buraco não se arruma e insiste em ter um encontro comigo, todos os santos dias! Qualquer dia alguém ainda torce um pé, e depois são mais buracos para tapar. Porque é que os senhores não tapam isto?

Analisando bem, ainda há outro buraco para tapar. Este é o  maior e mais prejudicial de todos: o buraco das contas bancárias. É um buraco, que devido à sua profundidade, nem encontramos o essencial, o dinheiro capaz de curar alguns dos mais famosos buracos. Escavamos e voltamos a escavar. E no fim… nunca consigo ver o fim.

Contudo, há buracos que o dinheiro é incapaz de tapar. Só cada um de nós, com um bocadinho de esforço, consegue “tapar”: o nosso coração.

Se todos nós fossemos mais cuidadosos com o nosso coração, todos os outros buracos pareciam minimizados e praticamente insignificantes.

Quase por magia todos eles desapareciam da nossa vida e não pensaríamos mais neles.

Ups, esqueci-me! Apareceu mais um buraco. Estava abrir a gaveta e vi uma coisa estranha no meu top favorito. O meu top estava todo esburacado! Aqui, a culpa não é do coração, mas das malditas traças!

Ai não me livro destes buracos!

Crónica de Raquel Santos
Pequenos Desabafos