O ano de Cristiano e a maldição “encarnada” dos descontos

cr7O apuramento de Portugal e os quatro golos de Cristiano Ronaldo no play-off diante da Suécia foram, sem dúvida, um dos grandes momentos de 2013. Ainda mais depois das infelizes palavras e da patética tentativa de imitação da postura do jogador português em campo de Blatter, responsável máximo da FIFA. A isso, o capitão da selecção nacional respondeu com golos atrás de golos e recordes pessoais alcançados. Foi o melhor marcador do ano civil e grande candidato à bola de ouro. Portugal apurou-se para o Mundial e o CR7 foi decisivo.

Ainda no futebol, e dentro de fronteiras, foi uma temporada com os três troféus repartidos por três equipas diferentes. Tivemos um campeonato atípico, mas com emoção até final, coisa que já não se via há imenso tempo. O Estoril, vindo da segunda liga, foi 5.º classificado e garantiu presença na Liga Europa e o Paços de Ferreira de Paulo Fonseca foi 3.º e participou na pré-eliminatoria da Liga dos Campeões. A grande desilusão do ano foi o Sporting que não foi além do sétimo lugar, ficando arredado das competições europeias.

O Benfica esteve perto de ganhar tudo mas acabou por não vencer nada. A praticar o melhor futebol em Portugal, com quatro pontos à maior sobre o FC Porto e com uma final da Taça marcada para o Jamor diante do Vitória de Guimarães, tudo fazia antever uma época de sonho para as águias a nível interno. No entanto, o empate caseiro com o Estoril permitiu relançar o campeonato e fazer do clássico da penúltima jornada no Dragão o jogo do ano. O golo de Kelvin aos 92 minutos colocou os Dragões na liderança da prova que viriam a confirmar uma semana depois na Mata Real, sagrando-se tricampeões nacionais depois da enorme contestação a Vítor Pereira.

FC PORTO - BENFICA 29 JORNADA LIGA  2012/13A maldição encarnada começou ao minuto 92 do dérbi com o FC Porto e arrastou-se para Amesterdão, onde chegou com todo o mérito à final da Liga Europa, com o Chelsea como adversário. Depois de mais uma exibição de grande nível, o Benfica viu-se em desvantagem mas conseguiu reagir e igualou a partida. Quando já se esperava pelo tempo extra, eis que chega o minuto 92 que volta a assombrar as hostes benfiquistas com os “blues” a chegarem à vitória, deixando os guerreiros encarnados completamente desfeitos em lágrimas, caídos por terra com tamanha injustiça. Mas quiseram os deuses do futebol que os infortúnios não ficassem por aqui, e os pupilos de Jorge Jesus voltaram a ficar muito perto de conquistar um troféu, neste caso a Taça de Portugal. No entanto, os instantes finais foram de novo fatais para as águias ao permitirem a reviravolta dos vimaranenses que fizeram história ao conquistarem a competição rainha do futebol português. Quem também não quis ficar atrás dos seus rivais do Minho foi o Sporting de Braga. Os “guerreiros” bateram o FC Porto na final da Taça da Liga em Coimbra e conquistaram o seu segundo título oficial da sua história e o primeiro neste milénio às mãos de José Peseiro, com um golo de Alan de grande penalidade.

Modalidades voltam a dar títulos a Portugal

benfica hoqueiSe no futebol o Benfica não foi feliz na visita à cidade do Porto, no hóquei em patins escreveu uma das mais belas páginas da sua história ao bater em pleno Dragão Caixa os seus grandes rivais FC Porto na final da Liga dos Campeões da modalidade e conquistando o tão aclamado troféu.

Tivemos também alguns campeões do mundo e europeus. Na canoagem, Emanuel Silva e João Ribeiro foram campeões do mundo com as cores do nosso país, tal como Rui Costa, no ciclismo, que conquistou o título mundial, para além da volta à Suiça e duas etapas da prova Rainha do ciclismo mundial, a volta à França. Paulo Gonçalves foi campeão do Mundo em motociclismo de todo o terreno e Sara Moreira venceu o Campeonato da Europa, dando mais uma alegria ao desporto nacional, desta feita no atletismo.

João-SousaUm dos momentos altos do ano foi protagonizado por João Sousa. O tenista de Guimarães conquistou o Torneio da Malásia, prova do ATP World Tour, batendo o francês Julien Benneteau em três sets (2-7/7-5 e 6-4). Foi a primeira vitória de um tenista luso numa prova ATP e garantiu a presença no lugar 51 do ranking, melhor classificação de sempre de um português no circuito.

André Costa