“O Grupo” – Bruno Neves

Digamos que eu tomei o gosto à experiência de escrever contos e como tal tenho mais um para todos vós. Tem o sugestivo título de “O Grupo” e aborda as aventuras e desventuras de um grupo muito particular de adolescentes. Não podem perder a próxima edição desta crónica para saber o que acontece a estes jovens. Agora sim, a primeira parte do conto. Boa leitura.

Apresento-vos o Rui, ou melhor, o: “Costa, Rui, Costa”. É estranho mas, é como ele se apresenta. E não, não é “o” Rui Costa. Apenas partilham o nome, e como já devem ter reparado, ele aproveita-se disso. Para quê? Ora, para conquistar raparigas, o que é que havia de ser? Ele tem 17 anos! Nesta idade é apenas isso que importa: conquistar raparigas. Sim, também há a escola e a família mas, isso é secundário quando comparado com a conquista do sexo feminino.

Mas ele é apenas um dos membros deste grupo muito particular de adolescentes. Ele é inclusivamente o “outsider”. Senão vejamos: é convencido, é independente, é engatatão (aquilo a que na gíria chamamos “o playboy”) e acha que é dotado de uma beleza rara de encontrar. E a cereja no topo é o facto de ser lisboeta. Parece um detalhe insignificante mas não é, dado que a acção desta história tem lugar no norte do país.

“O Grupo” é constituído por cinco elementos. Pronto, seis mas, um deles não conta. É o chamado bónus dado que apenas pertence por ser irmã do Rui. Falta apresentar os dois casalinhos sensação da escola: Bernardo e Diana e Matias e Bárbara.

O Bernardo é o autoproclamado líder do grupo. Tem pais abastados, o que o leva não só a ter a maior casa da zona como a ter uma atitude desprezível para com todos os que não pertencem ao “Grupo”.  É tão popular quanto odiado. Quanto à Diana tem em comum com o seu mais que tudo os pais abastados (o que os torna no casal mais convencido de todo o norte do país) e o nariz excessivamente empinado. Faz questão de frequentar apenas as melhores e mais exclusivas lojas e a sua roupa é toda comprada no estrangeiro.

O Matias é o pau mandado da Bárbara. Faz tudo o que ela quer. Tudo o que ela manda. Tudo por ela. Tudo para que ela não o deixe. E a Bárbara aproveita-se disso, claro está. Sabe que ele é tão inseguro quanto bonito. Ele pode ser o rapaz menos afortunado no que à inteligência diz respeito mas, compensa em beleza. E isso é tudo o que importa para a Bárbara. Ele é perdidamente apaixonado por ela, já o contrário não é verdade. Sim, ele era o rapaz mais giro da escola (tirando o Rui, mas esse foge tanto de relações quanto ela) mas para ser seu namorado tem de penar bastante todos os dias!

Quanto ao bónus do grupo, (a irmã do Rui lembram-se?) chama-se Odete e é dois anos mais nova que todos os restantes. Odeia o seu nome e está ansiosa por fazer dezoito anos para o poder mudar para outro qualquer. Bernardo e Diana têm como passatempo gozar com o seu nome, o que a irrita solenemente, mas é um mal necessário para poder pertencer ao grupo (dado que é Bernardo o líder). Odete tem um acordo com o irmão: ela faz todas as tarefas domésticas dele enquanto que ele arranja maneira de ela poder andar com o “O Grupo”. Ambos gostam do negócio: ela não se importa de fazer as tarefas domésticas dele, e ele faz o frete de a aturar.

“O Grupo” domina a escola secundária que frequenta. São os mais populares e pertencem à Associação de Estudantes. Têm actividades extracurriculares e até fazem voluntariado. Aos olhos da sociedade e da comunidade escolar são quase perfeitos.

Este é o fim-de-semana mais importante do ano. Faltam poucas horas para a festa anual que o Bernardo organiza na sua mansão. Todos os alunos estão convidados, é a maior e mais louca noite do ano, e todos o sabem. Tudo pode acontecer. Não, a sério, literalmente. Tudo por acontecer, mesmo!

Que surpresas preparou Bernardo para os seus convidados?
Não podem perder a próxima edição do “Desnecessariamente Complicado”! Até lá, boas leituras!


Crónica de Bruno Neves
Desnecessariamente Complicado
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