O melhor do mundo também chora

cr7

Num ano controverso, infeliz a nível colectivo, onde o melhor resultado foi ao serviço da seleção, Cristiano Ronaldo recebeu o maior prémio em termos individuais no mundo desportivo. A bola de ouro é portuguesa, pela quarta vez na história o nosso país recebe o mais cobiçado troféu individual, sendo o segundo que chega à prateleira de CR7. O capitão da nossa seleção elevou ao mais alto nível o nome de Portugal, as lágrimas na altura dos agradecimentos certamente lhe trouxeram à memória todas as lutas diárias que teve de travar, todos os “inimigos” que teve de combater e todas as guerras que venceu…cada vez que caiu e sozinho se levantou.

Na luta estava Ribery, vencedor de todos os troféus colectivos ao serviço do Bayern, mas, sejamos frios a analisar os factos, este é um prémio individual e não colectivo e o internacional francês não foi assim tão decisivo para estas conquistas, não se evidenciou de forma clara num enorme colectivo. Do outro lado estava ainda o eterno Lionel Messi, coroado nas anteriores quatro edições com a bola de ouro. O argentino venceu apenas a liga espanhola e evidenciou-se individualmente pelos golos e assistências. É evidente a capacidade astronómica do número 10 do Barca e da seleção da Argentina em fazer a diferença e de vencer um jogo sozinho… Mas Ronaldo também o é, aliás ele sozinho foi levando o seu Real às costas, poucas vezes apoiado num bom conjunto, o “comandante” conduziu Portugal ao Mundial e deixou o Real Madrid às portas da final da “Champions”. Como outrora disse José Mourinho, “um ter quatro bolas de ouro e outro apenas uma não espelha a verdadeira diferença um do outro. São os dois enormes e muito iguais…se Messi tem quatro então Cristiano deveria ter três”. Eu próprio partilho dessa opinião, mas será que se não fosse a tão falada polémica da “diarreia mental” de Blatter ou a infeliz publicidade da “Pepsi” a bola de ouro seria portuguesa?!?! Tenho as minhas dúvidas, não pela qualidade do “nosso menino”, mas por outros factores que nada têm a ver com Desporto…

 

Campeonato do Mundo sem os melhores!?!?!… falcao

Já se sabia que Ibrahimovic (Suécia), Gareth Bale, Aaron Ramsey (País de Gales), Alaba (Áustria), Petr Cech (República Checa), Robert Lewandowski  (Polónia) ou Hamsik (Eslováquia) iriam falhar o próximo Campeonato do Mundo no Brasil, umas vez que as suas seleções não se qualificaram… Fora isso, a lesão de Khedira pode, também, afastar o alemão da grande competição… Recentemente o futebol mundial ficou “chocado” com a lesão de Radamel Falcão poder impedir o colombiano de representar o seu país no Brasil!!! É certo que ainda há esperança na recuperação, mas a confirmar-se a sua ausência este torna-se num dos Mundiais mais “desfalcados” de todos os tempos.

taçaCresci a ver Mundiais e Europeus e foi a ver essas competições que me apaixonei por este desporto. A magia, a festa, a paixão, era o futebol no seu maior esplendor, na sua mais pura essência. Lembro-me de ver jogos com 3, 4 ou 5 golos, com resultados incríveis até final. Recordo-me de ver os melhores do Mundo no máximo das suas capacidades a espalhar magia e classe pelos relvados fora. Ver aquele futebol africano puro, de rua, a encher-me os olhos de prazer e a entusiasmar toda a gente. Lembro-me de ver Romário, Baggio, Bebeto, Dunga, Batistuta, Zidane, Ronaldo, Figo, Bergkamp, Davids, Del Piero e muitos outros que se fosse a enumerar todos eles me perdia na sua imensidão… Foi a ver os melhores em “duelos” entre si nas grandes competições que aprendi a amar futebol e a sentir prazer em ver este espetáculo. Agora olho para estas ausências e penso: o Campeonato do Mundo foi feito para jogarem os melhores, é tão injusto ver alguns passarem carreiras inteiras sem ter o prazer de marcar presença nestes palcos. Penso em Ryan Giggs e pergunto-me como é possível esta lenda viva nunca ter jogado um mundial… Vejo Bale e Ramsey e imagino o mesmo, se no futuro alguma vez os verei numa competição deste nível!!!

Chego à conclusão que o futebol pode muitas vezes ser cruel, e quando alguém fala em justiça neste desporto eu tenho dificuldades em perceber isso. Que espécie de justiça há em alguns dos melhores jogadores do mundo da sua época não marcarem presença no Campeonato do Mundo?!?!

 

Taça da Liga…Sporting vs FC Porto

Bem, quanto ao tema do momento no futebol português a Taça da Liga lidera audiências e é motivo de conversa em cafés. Mas não percebo porquê que uma Taça que ninguém dava a mínima importância tem gerado tanta polémica e falatório. Será que é o nosso futebol que não consegue viver sem discussão, sem suspeitas ou sem polémica??? Estamos nós tão “viciados” em discutir futebol que procuramos qualquer coisa para duvidar da seriedade ou profissionalismo de quem quer que seja? Este é o nosso triste fado e eu não consigo encontrar um ponto, por mais pequeno e insignificante que seja, para discutir este tema, e muito menos para opinar sobre este “disparate”. Em relação a esta competição apenas digo que quem tanto se tem queixado (os grandes, para variar) que deixe de participar e dê a possibilidade a outros clubes!!! Evita-se, dessa forma, muitos problemas e ninguém sai envergonhado.

 

Grand Slam – Open da Austráliaaustralian-open-2014-vencedores-1343451323

O Open da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada, foi pródigo em surpresas, tanto no quadro feminino como no quadro masculino. Se nas mulheres, todo o favoritismo estava do lado de Serena Williams, sendo que Maria Sharapova partia logo atrás. Do lado dos homens, Rafael Nadal e Novak Djokovic partilhavam esse desígnio. O que é certo é que a norte-americana não chegou, sequer, à final e ficou pelo caminho na quarta ronda do torneio às mãos de Ana Ivanovic. Já a russa, saiu derrotada pela eslovaca Dominika Cibulkova nos oitavos de final da prova. Quem aproveitou foi a chinesa Na Li que bateu na final a besta negra de Sharapova e sagrou-se campeã do Opena da Austrália em Melbourne, tornando-se na mais velha campeã da era Open.

Quanto ao quadro masculino, a primeira grande desilusão foi o sérvio Novak Djokovic ao sair derrotado ao confronto com Stanislas Wawrinka nos quartos de final, perdendo em 5 sets. O suíço embalou com essa vitória e chegou mesmo à final onde defrontou o número 1 mundial Rafael Nadal. Depois de sucumbir no primeiro set por 3-6, o espanhol ressentiu-se de uma lesão nas costas durante o segundo set e voltou a perder, desta feita por 2-6. Nadal foi recuperando a forma e na terceira partida bateu o suíço por 6-3. No entanto, no quarto set, Wawrinka foi de novo melhor, jogando um grande ténis e bateu o espanho por 6-3, sagrando-se vencedor do Open da Austrália e conquistando o seu primeiro título de Grand Slam, ascendendo ao terceiro lugar da hierarquia mundial.

Artigo de André Costa