Odeio (alguns) homens!

Há efetivamente homens que eu odeio! Facilmente faço uma lista daqueles seres masculinos que, a meu ver, não tinham mais nada para fazer e decidiram, um belo dia de sol, levar a cabo o adjetivo de idiota, tanto a nível literal como figurativo!

Começando pelo franciú André Corrèges, lá de 1900 e troca o passo, mundialmente (re)conhecido por ser um visionário, só queria mesmo ver…pernas! Graças a ele temos a boa da minissaia! Esse pequeno, pequeníssimo pedaço de tecido que nos impede de sentar livremente sem que também um outro tecido, de uma outra peça de roupa mais interior, se torne visível; esse trapinho que nos assenta tão bem mas que nos impede de disfrutar de um simples dia-a-dia sem nos preocuparmos com o “puxa aqui, estica dali, ajeita acolá, está a subir” e nos obriga a dar passos pequeninos! Não, não é porque tem classe e charme andarmos em slow motion, é mesmo porque o ângulo formado pelo simples movimento de caminhar, gera uma fricção entre a dita cuja minissaia e as nossas pernas que a fazem subir, subir e subir! Posto isto surge outro problema: inclinarmo-nos para a colocar no sítio certo, porque ela está tão acima que assim que nos propusermos a recolocá-lavamos ser vítimas de alguma espécie de constrangimento traseiro!

E tu Willian Lee? Inventaste a máquina de fazer collants e ninguém sabe quem tu és! Claro que não! Já viste bem aquilo que inventaste?! Estávamos tão bem até ao início do século XX com essas meias em tecidos grossos e escuros que não ficavam com um buraco tipo o do ozono só porque lá poisa o mosquito-bebé-anão-mais-leve-pequeno-e-invisível-do-planeta. Quem é que nunca rebentou um par de collants sejam de marca, sejam da lojinha dos trezentos da esquina logo na estreia? Parvoíce a minha… quem nunca as rebentou ao tirá-las simplesmente da caixa!? Quando dizem que o cristal é frágil, deviam experimentar vestir collants de lycra sem cortarem as unhas dos pés há… um mês? Não! Dois dias! E para que o inglês não se sentisse triste, só e incompreendido, França juntou-se à desastrosa ideia e também decidiu iniciar a confeção mecânica deste fantástico acessório de moda; e, melhor ainda, tornou-o famosíssimo através de grandes e requintados desfiles com lindas e deslumbrantes modelos… ou então foi com as escandalosas e ultrajantes dançarinas do can-can! E depois do extenuante desafio de as vestir sem as romper, segue-se outro dia brilhante a puxá-las constantemente para cima! Ora portanto: é minissaia para baixo e collants para cima. Obviamente dois movimentos completamente antagónicos, algum deles falhará! Por entre alguns anos a sofrer deste mal, descobri um truque que vou partilhar, não por ser deveras genial ou confortável mas, pelo menos resulta: vistam umas cuecas por cima dos collants para as manter no sítio certo sem escorregarem até aos tornozelos. Sim, exato, por cima dos collants! (e por baixo , também é conveniente, umas não substituem as outras).Mas as que eu gosto mesmo são as meias-liga, aquelas sensuais, sexys… Se de minissaia o simples ato de caminhar é em slow motion, com um par destas meias o passeio terá de ser em múmia motion, aquela bandinha de silicone que é tipo post-it colado com cuspo é um ai-jesus para se fixar!

Luís XV, é o próximo escolhido! Mas eu tenho culpa que ele tenha nascido com pouco mais de metro e meio de altura? Nunca ninguém lhe disse que os homens não se medem aos palmos? Pois bem, uma certa manhã sua excelência decidiu-se a por um tacão de madeira nos sapatos para que pudesse ter a sua tão desejada altura! Gostava de saber quem foi a alminha feminina que adotou este gesto e o disseminou pelo universo das mulheres que se sentem as mais bonitas se tiverem duas andas por baixo dos calcanhares, mesmo que depois façam tamanha figura de antas! E os saltos altos ainda dão alguns centímetros às pernas, disfarçando quilos a mais, empinam e levantam o bum bum, tornam o caminhar muito mais elegante e dão um pseudo poder e sensualidade… sou a única que parece que estou a pisar sapos e ovos pendurada por um fio de nylon preso das nuvens, tipo marioneta?!

Suponho que o lacinho das cuecas que fica preso na braguilha de umas calças transformando uma ida à casa de banho num verdadeiro drama também sido da autoria de um homem mas, sinceramente, não me apeteceu googlar a pesquisar por “génio que decidiu colocar um lacinho estúpido em toda a santa cueca feminina”.

Acho e espero que o meu pai só me tenha inventado a mim!