Panóplia de Temas 2

Voltamos esta semana à Panóplia de Temas, uma vez que fazemos pequenos comentários a diversos temas.

1) Críticas ao Presidente da República – Vejo e ouço com desagrado as constantes manifestações de má índole verbal para com o nosso Presidente da República, nomeadamente vindas dos setores mais à esquerda, como será normal, mas que não seria de esperar. A figura do Presidente da República, quer se goste quer não se goste da personalidade, é a mais alta figura do Estado Português e logo a seguir à Bandeira das Quinas (Nacional) é o segundo símbolo da nossa nacionalidade. Por isso penso que faltar-se ao respeito ao Presidente da República, mesmo num país democrático e livre, é também faltar ao respeito aos símbolos nacionais e à nacionalidade. Muitos desses críticos argumentam que o Presidente é parcial, que protege ou defende os partidos ma maioria, por serem da sua original área política… etc. No entanto, para quem olhar de fora, de forma imparcial e isenta, nada disso percebe. Aliás, se compararmos o perfil de atuação desde Presidente com o dos seus antecessores, poderemos até afirmar com autoridade que este Presidente tem adotado uma postura muito mais isenta e formalmente muito mais idónea que os seus anteriores. Não se recordam? Então deixem-me avivar-vos a memória com situações que considero pessoalmente graves: a) Eanes – ainda antes de deixar de ser Presidente, apoiou um partido político (PRD), que devido a esse apoio conquistou uma repentina, considerável, mas esporádica percentagem nas urnas, nas eleições legislativas de 1985. b) Soares – patrocinou um movimento de crítica e combate às políticas do então governo maioritário do PSD, liderado por Cavaco Silva nos anos que antecederam 1995. c) Sampaio – demitiu um governo legítimo, com apoio maioritário na Assembleia da República, liderado por Santana Lopes, após um movimento nacional liderado pela esquerda, que denegriu de forma injusta a atuação deste como Primeiro-Ministro. d) Cavaco, o que fez de mal contra a esquerda? O que fez de mal enquanto Presidente de maneira formal que tivesse “agredido” alguma instituição legal e democrática? Não me lembro de nada… aliás, até deu a possibilidade ao PS de marcar eleições antecipadas e este (António José Seguro) recusou… Penso que apenas a história irá avaliar todas estas situações, mas para já, reconheço que as críticas a Cavaco Silva são deveras injustas.

2) Os Flops do Syriza – Já se esperava e sabia que era impossível ao Syriza cumprir o que prometeu aos eleitores gregos. Inclusivamente os seus elementos “mais à esquerda”, mais radicais, já mostram sinais de descontentamento e até alguns já pediram desculpa. Os gregos viveram assim um sonho que durou algumas semanas, talvez a mudança lhes vá trazer algum ânimo coletivo e talvez algumas das medidas que virão a ser implementadas sejam algo diferentes das que os anteriores governos vinham implementando. Porém, também essas, se poderão esgotar facilmente e, depois, como conseguirá o governo Syriza sobreviver às pressões exteriores que vêm dos seus parceiros europeus e internacionais e às pressões internas por parte das oposições e dos eleitores descontentes com a alteração às promessas? Acordo feito por mais 4 meses, balão de oxigénio cheio… mercado de credores para já pacificado, ficamos a aguardar os próximos episódios da novela.

3) A Posição do Governo Português Face ao Acordo Grego – Muitos criticaram a posição e declarações do governo português face ao acordo firmado entreo governo grego e as autoridades europeias. Não vejo como é que o governo português prejudicou as posições dos gregos. O que compreendi é que o nosso governo tentou fazer o seu trabalho no que diz respeito às exigências de ajustamento economico e financeiro da troika. Se o povo português tem feito tantos sacrifícios para que o país tivesse recuperado a credibilidade internacional dos credores e financiadores, ao ponto de hoje em dia as taxas de juro cobradas à dívida portuguesa se encontrarem em mínimos históricos, ao ponto de já compensar a Portugal antecipar o pagamento da dívida ao FMI, o que poderá constituir poupanças para o país na ordem dos 500M€, então não será injusto que outros tenham que também fazer o seu trabalho de ajustamento? É certo que o projeto europeu se coaduna com uma total solidariedade! Mas também é verdade que os portugueses também já contribuiram muito para ajudar a grécia. Recordo que algumas instituições portuguesas tiveram graves prejuízos devido a estarem bastante expostas à dívida grega, como foi o caso do Banco Millennium BCP, que foi forçado a “perdoar” dídida grega, num ano em que esse facto lhe originou prejuízos em ordem de valores supeiores e 1000M€. Se todos tentarem cumprir com as suas obrigações, com certeza que a solidariedade será mais justa para todos, na minha modesta opinião… Quanto às alegadas “faltas de dignidade”, penso que ninguém no-la beliscou. Continuamos um povo digno e gora ainda mais, porque somos mais livres após o fim do plano de ajustamento.

4) A Moda do “Colinho” no Futebol Português -A inveja dos clubes rivais, tem trazido para as redes sociais um ataque feroz ao Benfica, alegando que os árbitros têm “levado o campeão ao colo”. Não vejom como é que essas afirmações possam ter algum critério rigoroso e tão pouco como muitos que foram durante tanto tempo permanentemente beneficiados pela arbitragem, podem ter a “cara de pau” de agora alegarem tais opiniões. Claro, opinião, cada um tem a sua. Também há muitas maneiras de ver e avaliar as coisas e as imagens da televisão. Não vou fazer aqui grandes avaliações porque, além de não ser um “expert”, penso que já há especialistas mais do que suficientes para fazer essas avaliações e comentários. Alega-se que em muitos jogos do Benfica, são expulsos muitas vezes jogadores dos adversários e esse facto beneficia aquele clube. Pois bem! As regras são para cumprir e, se há que expulsar, que se expulse, seja qual for o jogador. Esses que fizeram esses comentários ainda se lembram quantas vezes no passado e também no presente já foram expulsos jogadores do Benfica? Outra alegação são os penalties a favor. E os penaltis contra? Recordo que no jogo do Benfica com o Paços de Ferreira, muitos comentadores afirmaram que não seria certo o penalti marcado mesmo no final do jogo, que originou a derrota do Benfica. Nesse mesmo jogo, houve faltas do mesmo género a favor, que não foram marcadas…