Diz que… – Típico português?

No âmbito dos enormes cortes que o governo anuncia nas “gorduras” do Estado – embora depois só corte no que é essencial e faz a população pagar mais -, decidi cortar no tamanho da minha crónica. Momentos difíceis exigem medidas difíceis.

O que é que nós podemos fazer para mudar o estado das coisas, que não exija pertencer ao governo?

Acho que podemos começar por mudar o típico português. Aquele que, apesar de tido 3 meses para fazer o IRS, só o vai fazer no último dia. Aquele que prefere passar os dias no café após o trabalho – se é que o tem – e depois culpa os professores na escola pela educação que não deram aos filhos em casa. Aquele que, embora trabalhe 8 horas por dia, chega 15 minutos atrasado e começa a arrumar as coisas 5 minutos antes da hora de sair, todos os dias. Aquele que, depois de ter estado 4 dias a fingir que trabalha, chega à sexta feira e quer tratar de tudo o que não fez durante a semana, para o chefe não descobrir. Etc, etc.

Eu sei que exagerei. Mas acho que todos entendem a mensagem. Seja qual for o Governo que tenhamos, esquerda, direita ou centro, grande partido ou pequeno partido, se nós mesmos não mudarmos a nossa atitude, vai ficar tudo na mesma.
Se cada um de nós não der o máximo de nós nos nossos empregos, nos nossos lares, na nossa comunidade, nunca vamos sair da “cêpa torta”, como se costuma dizer. Nós não podemos invejar o nosso vizinho ou amigo por ganhar muito mais, se, na verdade, ele faz muito mais por merecer que nós. Temos de ser ambiciosos, sonhar mais alto. Mas não adianta só sonhar. Temos que, depois de sonhar, trabalhar – e muito – para que os sonhos se tornem realidade.  Sonhar e fazer acontecer custa e muito, mas, uma vez atingido o sonho, dá um gozo espectacular. E, normalmente, uma gratificação enorme.

Crónica de João Cerveira
Diz que…