Vem aí a Copa América – Antevisão

Campeonatos nacionais findados, competições europeias de clubes também. Restam apenas alguns amigáveis a nível de selecções e pouco mais para os amantes de futebol continuarem a ver os seus jogadores favoritos em acção. Se pensa assim, está enganado. Se pensa que com a chegada do Verão a bola vai parar de rolar ao mais alto nível é porque não está a par do grande acontecimento desportivo do ano na América do Sul: a Copa América.

A 44ª edição da competição é organizada pelo Chile e decorrerá entre o próximo dia 11 de Junho e 4 de Julho. Promete ser um torneio bem disputado, ou não estivessem presentes alguns dos melhores futebolistas do mundo, num país apaixonado pelo desporto rei.

À semelhança de outras edições, dez das equipas presentes pertencem à Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) e outras duas são convidadas pela organização. Os convidados deste ano são o México e a Jamaica. Isto depois de o Japão ter desistido do convite e a China também, convites que ambicionavam a presença de um país Asiático dado o mediatismo que a prova tem para os lados do Oriente.

copa américa

Na primeira fase, o torneio divide-se em 3 grupos (A, B e C), cada um com 4 equipas. No Grupo A estão os organizadores Chile, o México, o Equador e a Bolívia. No Grupo B estão a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e a Jamaica. Por fim, no Grupo C, estão o Brasil, a Colômbia, o Peru e a Venezuela. Passam para os quartos-de-final os dois primeiros classificados de cada grupo e ainda os dois terceiros melhor classificados.

Logo à cabeça prevêem-se fortes duelos na fase inicial. Chile e México surgem como fortes candidatos a passar no grupo A. No grupo B os históricos rivais, Argentina e Uruguai vão medir forças e lutar pelo primeiro lugar. No Grupo C, a Colômbia vai procurar “vingar” eliminação no Mundial frente ao Brasil.

A equipa da casa confia em Alexis Sánchez, actualmente no Arsenal, para concretizar os sonhos de um país inteiro. O campeão em título, o Uruguai, não vai querer perder o troféu mesmo que a suspensão de Luis Suárez se afigure como um rude golpe nas pretensões da equipa. A Argentina de Lionel Messi, e companhia, certamente não esquece uma campanha desapontante em casa na edição anterior, e muito menos, a final do Mundial perdida frente à Alemanha no Verão passado. Pelos elementos que tem à disposição (Messi, Tévez, Agüero, Higuain, Otamendi, Garay, ou Mascherano têm todos uma qualidade tremenda) é a principal candidata à vitória. O Brasil, mesmo não tendo a abundância de jogadores de classe mundial de outros tempos, é um crónico candidato e certamente que Neymar se vai querer afirmar de uma vez por todas, como um dos melhores do mundo e dar continuidade a uma época fantástica no FC Barcelona. Na Colômbia vai ser interessante ver como “El Tigre”, Falcao, vai responder às críticas de que tem sido alvo desde que chegou a Manchester e como a equipa se vai apoiar em James Rodríguez (o jovem de 23 anos que na sua estreia num clube como o Real Madrid fez 17 golos e 15 assistências). Estas são as equipas com mais capacidade quer colectiva quer individual e portanto, as favoritas a estar nos lugares cimeiros, dependendo sempre do sorteio depois da fase de grupos.

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Na equipa do Equador, a velocidade dos seus atletas vai imperar em ritmos de jogo muito altos e onde jogadores como Enner Valencia e Jefferson Montero deverão estar em destaque. A convidada selecção do México, onde estão ausentes da convocatória jogadores como Giovani dos Santos, Carlos Vela ou Héctor Herrera, deve apostar num colectivo e não tanto nas individualidades. O mesmo para o Paraguai que conta na sua convocatória com elementos veteranos como Roque Santa Cruz e o bem conhecido dos portugueses, Oscar “Tacuara” Cardozo na frente de ataque. No Peru, destaque para os “portugueses” André Carrillo e Paolo Hurtado e para os dois jogadores que actuam no campeonato alemão: Jefferson Farfán (Schalke 04) e o experiente Claudio Pizzaro (Bayern de Munique). A Venezuela deverá apostar forte no seu “homem-golo”, o avançado de 25 anos, Salomón Rondon, que actua no Zenit de São Petersburgo. Equipas como a Bolívia (que costuma ser forte a jogar em casa e este não é o caso), a Jamaica e o Peru parecem, à priori, ser as equipas com menos argumentos na prova.

Em futebol ter estrelas, favoritismo e historial pouco conta dentro das quatro linhas e as equipas mais pequenas vão querer mostrar todo o seu talento e ambição para levantar o troféu que as selecções mais consagradas desejam. Dia 4 de Julho cá estaremos para ver quem fica com o “caneco”.

Que comece o espectáculo!